Vamos admitir por um momento, apenas por um momento, que amanhã, em dois dias, ou numa semana, Benjamin Netanyahu estará a acabar o seu actual mandato como primeiro-ministro de Israel.
Ou então, vamos admitir por um momento, apenas por um momento, que o primeiro-ministro vai estar a tentar resumir o seu primeiro ano de mandato. O que trará com ele para a celebração do primeiro ano? O que vai apresentar ao povo de Israel? O que ele disser irá suscitar aplausos e cânticos impressionados por parte dos cidadãos deste país?
Uma análise honesta e franca do primeiro ano do segundo mandato de Netanyahu, como primeiro-ministro, mostra o que ele tem (quase nada) para nos "vender": algum trabalho para salvaguardar o estado da economia de Israel face à crise financeira global (embora a maior parte do louvor aqui é devido ao seu mandato como ministro das Finanças.)
E que mais? Mesmo os seus maiores apoiantes não podem apontar para uma série de realizações. Eu disse que uma série? Nem mesmo uma!
Netanyahu dispõe de um governo de monstruoso, de 30 ministros e nove vice-ministros, e nada ou quase nada para além disso. Se não pode finalizar um acordo de paz com os palestinianos ou estabelecer negociações de paz com os sírios, então pelo menos poderíamos ter esperança na melhoria das relações estratégicas com a Turquia. Mas nem mesmo isso? Então, talvez pudéssemos ver uma nova estrada a ser pavimentada? Ou menos pobres, ou menos laços entre o governo e os empresários ricos? Ou talvez um projecto novo e importante? Qualquer coisa?
Na mesma altura, do mandato do primeiro-ministro Menachem Begin, já estávamos à beira de finalizar um acordo de paz com o Egipto.
Na mesma altura, do mandato do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, já estávamos envolvidos nos Acordos de Oslo, e um pouco mais tarde, tivemos o tratado de paz com a Jordânia, novos intercâmbios, a Auto-Estrada Trans-Israel, e o novo terminal no Aeroporto Ben-Gurion.
Na mesma altura, do mandato do primeiro-ministro Levi Eshkol, estava inaugurada a Conduta Nacional de Israel (Aqueduto Kineret-Negev).
E o que temos nós com Netanyahu?