Volto a atar duas atas uma à outra.
Da anterior aula, pouco mais me lembro de que estava extremamente estoirado. Tão estoirado (de tanta estroina) que, das raras vezes em que tinha a resposta na ponta da língua para o professor Yossi, fui incapaz de a expressar em Inglês. Ainda pensei em fazer um desenho. Mas depressa me lembrei que sempre fui um vexame em artes visuais, incluindo em caligrafia. Ciente disso, fiquei calado, quieto e embaraçado, sem conseguir cuspir a palavra que tinha no céu da boca: "table".
Passemos então à "table" da aula, cuja ata está a ser escrita em plena ressaca (digo da aula e não da estroina). A esta mesa (chega de estrangeirismos) sentaram-se os "habitués", mais uma rapariga polaca, recém-chegada de uma estadia de três meses em Israel, e que eu já conhecia enquanto "Facebook friend" - que é assim uma espécie de amizade a que não consigo intitular de virtual.
A "bgigina" (que é como chamam, meio que chacota, meio que a brincar com o sotaque, às Polacas em Israel), trouxe um Hebraico bastante bom. Tão bom que certamente não vai voltar a sentar-se à mesma mesa que aqui os "beginners".
Pelo menos, durante duas semanas. Pois vamos todos voar e também nadar. A Irlandesa no Mar Morto, eu nas praias das Filipinas, o professor Yossi na Lagoa Azul da Islândia e o Inglês debaixo das chuvas que caem dia sim, dia sim, na Grã-Bretanha e arredores.
Assinale-se, ainda, o fato de estarmos todos com o ânimo leve da pré ou pós-viagem. Um ânimo que, mais do que o sagrado sopro, nos uniu numa só alma. Numa só mala.