sábado, 11 de dezembro de 2010

O que dizem os outros - A arte cabotina de se aldrabar a realidade

Sem perder muito tempo com outras considerações, limito-me a retirar da crónica o elenco das reformas que, avant la lettre e na imaginação do cronista, se viram legitimadas pelo PISA 2009. Atentemos, então, nas mesmas:
- aposta no inglês desde o 1º ciclo. Os alunos que se sujeitaram aos testes da OCDE não tiveram inglês no 1º ciclo;
- a aposta no plano tecnológico nas escolas. Ainda  não concretizado no período com impacto nas aprendizagens avaliadas pelo estudo;
- a aposta no novo modelo de gestão. Durante os anos de 2006 a 2009, as escolas foram geridas pelo anterior modelo de gestão, ou seja, Conselhos Executivos eleitos pelos professores;
- a aposta na avaliação dos professores. O modelo de avaliação não estava a ser aplicado nas escolas, verificando-se, nesse período, uma quase total ausência de procedimentos de avaliação do desempenho;
- a aposta num novo mapa escolar. O maior impulso à concentração de escolas e à política dos mega-agrupamentos foi dado durante este ano de 2010, além de que os alunos submetidos aos questionários parecem não ter beneficiado de qualquer tipo de reorganizar escolar;
- a aposta na escola a tempo inteiro. Mesmo admitindo que uma maior permanência na escola pudesse ter um efeito, ainda que marginal, nas aprendizagens dos alunos, convinha, em nome do rigor, precisar que práticas de ocupação estão a ser implementadas nas escolas e que tipo de influência pode daí advir para as aprendizagens dos alunos. 

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