O Camarada Arménio Estaline não avança com os números de adesão à greve geral. Na certa porque sabe que esta foi um fiasco. E de facto foi. Por isso, e por uma questão de coerência, Arménio Estaline devia demitir-se, pois é um dos que passa a vida a pedir a demissão do Governo por alegados fracassos. Numa democracia normal já haveria vozes a pedir a cabeça do líder dos trabalhadores portugueses, mas como se trata de Portugal ninguém se atreve a tal.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
E ninguém filma os controleiros?
O PCP tem câmaras de filmar por tudo quanto é local de greve. O mínimo incidente e zás a polícia vai logo parar ao YouTube, acusada do uso excessivo da força. Alguém devia fazer o mesmo ao PCP e filmar os seus controleiros quando estão a coagir os apelar aos trabalhadores para aderirem à greve.
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quarta-feira, 26 de junho de 2013
Teixeira lava mais branco
Se o PEC IV é que ia salvar o país e não havia necessidade de resgate, para que pediram então 78 mil milhões? Essa necessidade monetária surgiu de onde? Um simples chumbo de um Programa cria sem mais nem menos um buraco de 78 mil milhões?
Os socialistas continuam a contar a sua versão dos factos, como se os portugueses fossem atrasados mentais.
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segunda-feira, 24 de junho de 2013
Não tarda nada pedem umas pizzas
Não tarda nada pedem umas pizzas. Durante a semana a greve acaba e é declarada uma ampla vitória da luta dos professores sobre o fáaaassismo hediondo do MEC. Depois tudo volta à normalidade. Daqui a três meses muitos professores vão descobrir que estão em pior situação do que antes, mas como houve um acordo a coisa ficará por ai. A seguir virão uma nova luta e novas pizzas. Um ciclo interminável.
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Outra vez os rockets
Depois de semanas de relativa calma, seis rockets foram ontem disparados da Faixa de Gaza contra várias locais do sul de Israel. A Força Aérea Israelita já ripostou, atingindo alguns alvos. Este novo episódio no conflito entre israelitas e palestinianos surge numa altura em que o Hamas e a Jihad Islâmica se desentenderam dentro do território de Gaza.
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domingo, 23 de junho de 2013
Começou a corrida ao pote
Vocês [autarcas socialistas] vão primeiro, a seguir seremos nós. Foi assim, sem mais, que o líder socialista resumiu ao que anda. E o pior é que terá razão: depois de terem arruinado o país, os socialistas regressarão ao poder lá para 2014 ou 2015 a tempo de colherem os frutos dos anos de austeridade da coligação PSD/CDS. São beneficiados em toda a linha, não só porque não vão ficar 20 anos na oposição - que era o mínimo que se exigia depois do que fizeram - como irão encontrar o país em muito melhor estado do que deixaram. Para tudo isto contribuirá a gigantesca manobra de branqueamento da governação do PS, atualmente em vigor, como ainda a impressionante falta de memória e de discernimento do eleitor médio.
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O Sionismo e Jerusalém - Parte 6
1967
Notas
No
período de 19 anos que se seguiu à Guerra da Independência, Israel edificou em
Jerusalém uma capital moderna, transferindo para a cidade praticamente todos os
centros de poder, com exceção do ministério da Defesa que continuou em Tel
Aviv. Durante este período a Jerusalém israelita foi alvo de vários ataques
provenientes da parte Oriental sob controlo jordano. Só em 1967 o status quo resultante do pós-guerra da
independência seria abalado pela eclosão de outro conflito: a Guerra dos Seis
Dias.
A Guerra dos Seis Dias traduziu-se por uma vitória retumbante de Israel sobre os países árabes. Os combates mais intensos decorreram precisamente em Jerusalém, com o Tzhal a concentrar os seus esforços na conquista do Bairro Judeu da Cidade Velha perdido em 1948. Em poucos dias Jerusalém Leste mudou de mãos e Israel passou a controlar toda a Cidade Santa, incluindo todos os Lugares Sagrados da Cidade Velha.
A reunificação de Jerusalém marcou uma profunda alteração na abordagem israelita em relação à cidade: se até 1967 se aceitava a ideia de estabelecer a capital de Israel em Jerusalém Ocidental, o conflito alterou profundamente essa ideia e Israel passou a defender a totalidade de Jerusalém como sua capital.
A Guerra dos Seis Dias traduziu-se por uma vitória retumbante de Israel sobre os países árabes. Os combates mais intensos decorreram precisamente em Jerusalém, com o Tzhal a concentrar os seus esforços na conquista do Bairro Judeu da Cidade Velha perdido em 1948. Em poucos dias Jerusalém Leste mudou de mãos e Israel passou a controlar toda a Cidade Santa, incluindo todos os Lugares Sagrados da Cidade Velha.
A reunificação de Jerusalém marcou uma profunda alteração na abordagem israelita em relação à cidade: se até 1967 se aceitava a ideia de estabelecer a capital de Israel em Jerusalém Ocidental, o conflito alterou profundamente essa ideia e Israel passou a defender a totalidade de Jerusalém como sua capital.
A
conquista de Jerusalém Oriental foi absolutamente eletrizante para os
israelitas e a sua posse de certa forma reorientou Israel de uma linha secular,
socialista e moderna para uma mais religiosa, conservadora e tradicional. O sionismo
religioso e nacionalista emergiu e ganhou influência, enquanto o sionismo
trabalhista a perdeu. Apesar disso, a posse de Jerusalém criou uma unanimidade
entre os israelitas devido ao significado que a cidade sempre teve para o Povo
Judeu. Os Judeus mais seculares ficaram maravilhados com a conquista de Jerusalém,
mas foram os religiosos que mais rejubilaram com a reunificação. Para estes,
Jerusalém passou a ser um sinal do cumprimento das profecias bíblicas. Este consenso
tornou inconcebível abrir mão da Cidade Santa, tendo o Estado de Israel mobilizado
elevados recursos para Jerusalém para que a conquista se tornasse irreversível28.
Depois da reunificação, Israel expandiu a cidade, incorporando mais zonas
residenciais judaicas, e renovou a Cidade Velha. Passou ainda a aplicar à
totalidade da cidade as leis israelitas.
Do
ponto de vista externo, a manutenção da totalidade de Jerusalém sob tutela
israelita não foi aceite pela generalidade da comunidade internacional e alguns
países que tinham as embaixadas em Jerusalém acabaram por mudá-las para Tel
Aviv. Acentuou-se até a ideia que Jerusalém deveria ser uma cidade
internacionalizada.
_______________________________Notas
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quarta-feira, 19 de junho de 2013
terça-feira, 18 de junho de 2013
domingo, 16 de junho de 2013
Os líderes da oposição e as datas dos exames
Um dos líderes do Bloco de Esquerda, João Semedo, fala como se o Governo tivesse marcado o exame de Português para o dia da greve dos professores e não o contrário. Um exame que já está marcado desde o dia 5 de Fevereiro de 2013.
Já o Tó Zé do PS criticou o Governo por não ter seguido a solução apresentada pelos professores e alterado os exames para dia 20, o que permitiria "que os alunos pudessem realizar os seus exames tranquilamente, como deve ser num Estado de direito". Estas palavras tão fofinhas e carregadas de demagogia não referiram no entanto se no dia 20 o exame de Português do 12º ano seria feito de manhã à hora do de Filosofia e do de Português do 6º ano ou de tarde à hora do de Português de 9º ano.
A propósito: se o exame tivesse sido mudado para dia 20, como sugeriu o irresponsável colégio arbitral, a greve mantinha-se a 17. Mas para quê?
A propósito: se o exame tivesse sido mudado para dia 20, como sugeriu o irresponsável colégio arbitral, a greve mantinha-se a 17. Mas para quê?
sábado, 15 de junho de 2013
A luta continua
A manifestação dos professores assemelha-se mais a um comício do PCP do que a outra coisa qualquer. O líder - o infalível Camarada Nogueira - não disfarçou nem um bocadinho ao que anda, pedindo mais uma vez a demissão do Governo.
Ao não distinguir as questões laborais dos professores da mudança do Governo, a Fenprof mais não faz do que colocar o justo descontentamento dos docentes ao serviço de uma estratégia menos inocente que é a do derrube do Executivo de Passos Coelho. Tal e qual como faz e quer o PCP. Até aqui nada de novo, sempre assim foi. O que causa mais estranheza é que grande parte de uma classe, que é suposto não ser manipulável, vá atrás do canto da sereia da Fenprof e encha uma avenida inteira com punhos no ar e a gritar que a luta continua.
Os professores ao colocarem desta forma os seus interesses laborais nas mãos de um sindicato que tem como único desígnio a estratégia do PCP, a única coisa que conseguirão será uma degradação ainda maior da profissão e do ensino público.
Ao não distinguir as questões laborais dos professores da mudança do Governo, a Fenprof mais não faz do que colocar o justo descontentamento dos docentes ao serviço de uma estratégia menos inocente que é a do derrube do Executivo de Passos Coelho. Tal e qual como faz e quer o PCP. Até aqui nada de novo, sempre assim foi. O que causa mais estranheza é que grande parte de uma classe, que é suposto não ser manipulável, vá atrás do canto da sereia da Fenprof e encha uma avenida inteira com punhos no ar e a gritar que a luta continua.
Os professores ao colocarem desta forma os seus interesses laborais nas mãos de um sindicato que tem como único desígnio a estratégia do PCP, a única coisa que conseguirão será uma degradação ainda maior da profissão e do ensino público.
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sexta-feira, 14 de junho de 2013
Tózésegurismo
Solução tózésegurista para solucionar o conflito entre os sindicatos dos professores e o Ministério da Educação: "É preciso bom senso!" Mas poderia ter dito que é preciso ouvir os professores, ou que é preciso construir uma escola pública de qualidade para todos, ou poderia simplesmente ter apelado ao diálogo, à concórdia e ao entendimento. Toda uma escola de vacuidades e lugares comuns.
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quinta-feira, 13 de junho de 2013
Em Chelas é que era
O Bloco de Esquerda apresentou hoje o candidato à Câmara de Lisboa juntamente com um programa eleitoral cheio de questões sociais e outras maravilhas da demagogia. Mas ainda não foi desta que os bloquistas se atreveram a lançar a candidatura a partir de Chelas ou da Musgueira Alta de Lisboa, preferindo em vez disso o seleto Chiado. Há esquerdas que serão sempre caviar.
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Campo de férias
Crianças palestinianas num campo militar de Verão promovido pela Jihad
islâmica a sul da Faixa de Gaza. Milhares de crianças entre os 6 e os 16
participam no campo de Verão onde recebem treino militar e
religioso. Fotografia tirada a 12 de Junho de 2013. (Fonte: SAID
KHATIB/AFP/Getty Images/Newscom).
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Um título, todo um programa
Felizmente que as notícias do Público são imediatamente desmentidas pela realidade: Sindicatos alargam greve às avaliações até 28 de junho.
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terça-feira, 11 de junho de 2013
A diferença entre ter um Governo socialista e não ter
Apesar de existirem dois acórdãos de tribunais superiores (STA e TC) a favor dos serviços mínimos em caso de greve aos exames, desta vez não vão ser aplicados. É mais um exemplo da diferença entre ter um governo socialista e não ter: no tempo de Lurdes Rodrigues houve serviços mínimos com validação por tribunais superiores, incluindo o Constitucional, e os exames realizaram-se; no tempo de Nuno Crato podem ser decretadas as greves que os sindicatos quiserem, que não há mínimos para ninguém.
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Viciados em paz
O movimento pacifista israelita Paz Agora é tão pacifista, tão pacifista, que considera o Bairro Judeu da Cidade Velha de Jerusalém um tenebroso colonato judaico em terra palestiniana. Estes viciados em paz são daqueles que depois se admiram por a direita israelita ser maioritária no país.
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domingo, 9 de junho de 2013
O Grande Vidente
Hollande: "A crise na Europa acabou!" Por cá também há um Hollande, mas por enquanto ainda não faz profecias.
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O que pensa Tó Zé Seguro da greve dos professores?
Da área socialista só antiga ministra Maria de Lurdes Rodrigues (lagarto, lagarto, lagarto) se manifestou até ao momento sobre a greve dos professores. Fez o costume: está contra a greve, porque está sempre contra os professores. Do secretário-geral do PS nem vestígios. António José Seguro anda calado que nem um rato a ver no que dá, não se prevendo que emita qualquer coisa para além do vácuo: é essencial ouvir os professores, dirá mais tarde.
Tel Aviv Gay Pride
Militante do Likud empunha a bandeira do Partido na Parada Gay de Tel Aviv. |
Reportagem fotográfica no site do Dezanove, o maior site português de notícias LGBT. Na caixa de comentários da reportagem já é possível assistir a uma pequena celeuma por parte da claque anti-Israel. O costume.
sábado, 8 de junho de 2013
O pior ainda esta para vir e chama-se Tó Zé
Vítor Gaspar está de saída, caso contrário não admitiria um erro destes e não diria uma tolice destas. Já o Tó Zé do PS parece estar para entrar, pelo menos a julgar pela promoção que lhe andam a fazer. Portugal ainda não bateu no fundo.
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sexta-feira, 7 de junho de 2013
O Sionismo e Jerusalém - Parte 5
O Plano de
Partilha e a Guerra da Independência
Em
1947 os conflitos entre árabes e judeus agravaram-se e a Grã-Bretanha remeteu o
problema da Palestina à ONU. A Organização das Nações Unidas - criada
recentemente em substituição da Liga das Nações - analisou a situação e propôs
a criação de dois Estados separados e independentes: um árabe e um judeu, com a
cidade de Jerusalém como um corpo
separado, sob administração internacional.
Tal
como fizeram 10 anos antes, os árabes rejeitaram a proposta, mas os judeus –
mais pragmáticos – decidiram aceitá-la, sabendo que ainda poderiam fazer
ajustes nas fronteiras propostas e que teriam de lutar pelo território que lhes
fora atribuído e que essa luta possibilitaria o seu alargamento19.
Apesar desse pragmatismo, e das esperanças de alargarem o território, não
aceitaram a perda de Jerusalém sem dor. Renunciar a Jerusalém foi um sacrifício
doloroso, mas tornou-se necessário, pois alguns países da América Latina anunciaram
que só votariam favoravelmente o Plano de Partilha se Jerusalém fosse
internacionalizada20. Assim,
para os dirigentes sionistas ter um
pequeno Estado era melhor do que não ter estado nenhum; mesmo que no pequeno estado
Jerusalém estivesse excluída.
Quando o momento crucial chegou e a ONU votou favoravelmente o Plano de Partilha,
uma onda de alegria invadiu as cidades e vilas judaicas da Palestina. Os Judeus
de Jerusalém celebraram efusivamente a votação, apesar de a cidade ter ficado
de fora do Estado Judaico. Foi no entanto uma alegria de pouca duração. Praticamente uma dia depois da votação
surgiram os primeiros conflitos, com os árabes a atacar os Judeus em Jerusalém
e noutros locais. Iniciou-se um período de 5 meses e meio de guerra não
declarada com atos de violência e de terrorismo. Os árabes atacavam
principalmente localidades judaicas isoladas e a estrada que ligava Jerusalém a
Tel Aviv começou a ser alvo de constantes emboscadas que causaram muitos
mortos.
Com
o passar do tempo os ingleses vão perdendo o controlo da situação e aquilo que
começara com ações de ataque árabe e resposta judaica foi-se transformando numa
autêntica guerra. A escalada do conflito levou o Conselho de Segurança da ONU a
debater novamente o problema a 19 de Março de 1948 e os Estados Unidos
anunciaram que a Palestina não poderia ser dividida em virtude do contínuo
derramamento de sangue. Os americanos propunham agora que todo o território ficasse sob controlo da ONU21. Estas tomadas de posições por parte dos Estados Unidos forçaram a Agência
Judaica e o seu líder, David Ben-Gurion, a prepararem-se para estabelecer um
governo provisório, tendo em vista uma eventual declaração unilateral de
independência. Alguns dias depois ocorreu um incidente que viria a desencadear
a primeira operação militar judaica relacionada com Jerusalém: forças árabes
isolaram a Cidade Santa da costa, impedindo a total circulação dos Judeus. A
Haganah tentou em vão romper o cerco e a 31 de Março Ben-Gurion declarou que a
maior urgência naquele momento era “a
guerra pela estrada para Jerusalém”dando início a
uma operação militar com o único propósito de libertar a estrada para Jerusalém
e pôr fim ao isolamento da cidade: a operação militar Nachshon. Depois de
sucessivos avanços e reveses a Operação acabou por ter sucesso e o cerco a
Jerusalém foi rompido a 15 de Abril. Logo depois são estabelecidos planos para
alargar a área controlada pelos judeus no chamado Corredor de Jerusalém, de
forma a dificultar o isolamento da cidade. O conflito intensificou-se com
ataques árabes em Jerusalém e com a Haganah a tomar os subúrbios árabes da
cidade no início de Maio. Praticamente em cima da data da declaração de
independência – entretanto decidida – a batalha pela posse da estrada de
Jerusalém para Tel Aviv voltou a intensificar-se.
Durante
o cerco árabe a Jerusalém, a Agência Judaica mudou a sua sede para Tel Aviv e
esta cidade passou a ser o centro do poder judaico. Na sequência disso, a
declaração de independência também foi feita em Tel Aviv e a cidade declarada
capital. A mudança da sede da Agência Judaica e a elevação de Tel Aviv a
capital de Israel estavam de acordo com o Plano de Partilha aprovado em 1947
que estabelecia Jerusalém como uma cidade Internacional. O judeus cumpriram
escrupulosamente o Plano da ONU, estabelecendo a sua capital noutro lugar e
desobstruindo a possibilidade de Jerusalém poder ficar com o estatuto que lhe
fora destinado.
No
entanto, no próprio dia da declaração da independência do Estado de Israel – 14
de Maio de 1948 - o futuro de Jerusalém foi debatido novamente na Assembleia
Geral da ONU. Três resoluções foram apresentadas no sentido de colocar a Cidade
Santa sob a administração das Nações Unidas. As resoluções foram todas
rejeitadas. Grande parte dos votos contra veio das nações árabes que defendiam
acerrimamente que Jerusalém não podia ser uma cidade internacional, mas sim uma
cidade árabe – apesar de ter uma população maioritariamente judaica desde o
século XIX. O chumbo das três resoluções tornou as Nações Unidas completamente
incapazes de definirem o estatuto da cidade e teve como consequência o abandono
das suas responsabilidades em relação ao assunto.
O
desfecho nas Nações Unidas acabou por ser um marco decisivo no estatuto da
Cidade Santa: Israel passou a partir desse dia a ter total legitimidade em relação a
Jerusalém, e a sua posse passou a depender de um conflito militar e não de um
compromisso político como até aí.
Declarada
a independência do Estado de Israel, de imediato cinco exércitos árabes invadiram o irregular território israelita dando início a uma guerra. O ponto central do
conflito foi Jerusalém, com árabes e judeus a lutarem pela sua posse. A 16 e17
de maio a Haganah tentou sem êxito conquistar a Cidade Velha e a 18 de maio a
Legião Árabe entrou em Jerusalém, ocupando a zona oriental e assumindo o
controlo da estrada para Tel Aviv. A Jerusalém judaica ficou novamente isolada
da costa22. Depois os israelitas concentraram os seus esforços na
tentativa de abrir a estrada, cientes que estavam da sua importância para a
manutenção de Jerusalém no Estado de Israel. Esta pretensão sofreu no entanto
um importante revés com a queda a 28 de maio do Bairro Judeu da Cidade Velha –
que era ainda um enclave judaico na parte já tomada pelos árabes. Apesar da
capitulação do Bairro Judeu ter sido um duro golpe moral e militar para os
israelitas, seria no entanto a última vitória da Legião Árabe no conflito23.
Até
ao fim do primeiro cessar-fogo (11 de junho) o Tzhal, entretanto constituído,
continuou a tentar abrir sem sucesso a estrada para Jerusalém. Uma estrada
alternativa (que ficou conhecida como Estrada da Birmânia) foi descoberta e começou a ser utilizada na ligação a Jerusalém. Esta precária via
era o único corredor de ligação entre Jerusalém e a costa pela altura do
primeiro-cessar fogo.
Durante
a primeira trégua o mediador da ONU para o conflito, conde Bernadotte, elaborou
mais um plano de partilha, no qual atribuía aos árabes da Transjordânia o
controlo de Jerusalém, dando aos judeus que habitavam a cidade uma autonomia
urbana. Tendo em conta a maioria judaica que habitava Jerusalém, o plano foi
um recuo para a pretensão israelita de controlar pelo menos as partes judaicas
da cidade. Por esse motivo, Israel rejeitou as propostas de Bernadotte. Os
árabes procederam de igual maneira porque pretendiam toda a cidade para si e não
queriam dar qualquer tipo de autonomia aos Judeus. Este fracasso ditou a
impossibilidade de uma solução política para o conflito, centrando-a novamente
no plano militar24.
Os
combates recomeçaram a 9 de julho, prolongando-se até dia 18. Durante este
período os israelitas reforçaram as suas posições no Corredor de Jerusalém e
tentaram em vão recapturar o Bairro Judeu. Com a chegada da segunda trégua, que
entrou em vigor a 19 de julho, as posições em Jerusalém não sofreram alterações
e a cidade continuou dividida entre árabes e judeus. Ambas as partes mantinham
as posições já conquistadas: os judeus controlavam a zona ocidental e o Monte
Scopus e os árabes a zona oriental, da qual faziam parte a Cidade Velha e os
Lugares Sagrados, como é o caso do Muro das Lamentações.
Durante
a segunda trégua, que vigorou até 15 de outubro, o Corredor de Jerusalém era
ainda uma estreita faixa de terra, bastante vulnerável, cuja principal via se encontrava nas mãos dos árabes. Israel ciente do perigo que ainda
ameaçava Jerusalém reforçou a operacionalidade da Estrada da Birmânia.
O
reatar das hostilidades em 15 de outubro estendeu-se também a Jerusalém. Apesar
disso, as linhas do cessar-fogo definidas no início da segunda trégua não sofreram
alterações e Jerusalém permaneceria dividida até 1967. A 30 de novembro viria a
ser acordada uma linha de demarcação oficial.
Em
abril de 1949 Israel e a Transjordânia assinam o armistício de Rodes no qual
ficou garantido o acesso de Israel aos edifícios do Hospital da Hadassah e da
Universidade Hebraica (ambos no Monte Scopus, que continuava a ser território
soberano de Israel) e o direito de acesso dos judeus aos Lugares Sagrados da
Cidade Velha.
O
acesso ao Monte Scopus foi permitido, mas muito dificultado, tendo Israel sido
forçada a encontrar novos lugares para o Hospital e para a Universidade. Em
relação ao acesso aos Lugares Sagrados os árabes nunca o honraram25.
Durante o período entre 1949 e 1967, e em
clara violação do Acordo de Armistício, os jordanos impediram o livre acesso
dos Judeus aos Lugares Sagrados, nomeadamente ao Muro das Lamentações no Monte
do Templo e ao Cemitério Judaico no Monte das Oliveiras. O Cemitério do Monte
das Oliveiras foi profanado e vandalizado, tendo os jordanos usado milhares de
lápides na pavimentação do acesso a instalações militares e na construção de
latrinas e de cercas dessas instalações; igual destino teve o Bairro Judeu,
onde destruíram ou profanaram cinquenta e oito das suas Sinagogas e o próprio
Monte do Templo, que usaram como base militar para a Guarda Nacional Jordana.
Todas estas ações foram uma clara tentativa de eliminar vestígios da presença
milenar judaica na cidade de Jerusalém. Israel não recebeu qualquer resposta
aos apelos feitos à ONU e à Comunidade Internacional, para que se pusesse um
termo a esta destruição.
Apesar
do desrespeito dos árabes pelos princípios acordados nos Armistícios de Rodes,
a situação por eles proporcionada funcionou na prática como uma solução de
partilha de Jerusalém, mas tanto israelitas como árabes tinham receio de perder
as suas metades. As Nações Unidas voltaram a insistir na discussão de
internacionalização da cidade, mas nenhuma das partes já a aceitava. Israel
declarava que tinha direito a constituir a sua capital na metade ocidental da
Cidade Santa e em dezembro de 1949 Jerusalém foi declarada capital de Israel26,27.
_________________________________
Notas
19 – GILBERT, Martin, História de
Israel, p.176.
20 – LAPIERRE, Dominique e
COLLINS, Larry, Oh Jerusalém, p.23.
21 – GILBERT, Martin, História de
Israel, p.192.
22 – LAPIERRE, Dominique e
COLLINS, Larry, Oh Jerusalém, p.472 e p.595.
23 – GILBERT, Martin, História de
Israel, p.228.
24 – GILBERT, Martin, História de
Israel, p.241.
25 – GILBERT, Martin, História de
Israel, p.284 e p.310.
26 – LAPIERRE, Dominique e
COLLINS, Larry, Oh Jerusalém, p.589.
27 – MONTEFIORE, Simon Sebag,
Jerusalém, a biografia, p.528.
PARTE 1, PARTE 2, PARTE 3, PARTE 4.
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Soldados no Muro Ocidental
Zion Karasanti, Yitzhak Yifat e Haim Oshri, para-quedistas do IDF, fotografados no dia 7 de junho de 1967 junto ao Kotel (Muro das Lamentações) momentos depois da conquista por Israel da Cidade Velha de Jerusalém.
O Muro das Lamentações (ou Muro Ocidental) é o lugar mais sagrado do judaísmo e o único vestígio do antigo Templo de Herodes (Segundo Templo) destruído por Tito no ano 70 d.C.
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Greve: como não usar
A greve aos exames é talvez das poucas que poderá dar vantagem ao Governo: num ápice a opinião pública, a começar pelos pais, ficará contra os professores e ao lado do ministro Crato. De todos os conflitos que poderiam desgastar o executivo de Passos Coelho, os sindicatos dos professores foram escolher precisamente aquele onde estão em desvantagem. Já para não falar nas divisões que a paralisação está a provocar dentro da classe docente. Só não as vê quem não quer.
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terça-feira, 4 de junho de 2013
domingo, 2 de junho de 2013
sábado, 1 de junho de 2013
Tarde demais
O FMI não se vai embora daqui tão cedo, principalmente depois de ter enterrado quase 78 mil milhões de euros em Portugal. Se estes valentões do que se lixe a troika! tivessem feito estas manifestações quando o engenheiro levava este país para o precipício, talvez o FMI não tivesse sido chamado. Agora é tarde demais. O mesmo se aplica a certas greves no Estado: já não vão a tempo, porque nada podem contra a força gravítica do buraco orçamental.
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Circo no metro
Metro de Lisboa, linha vermelha. Um grupo de jovens fazia uma enorme algazarra, gritando, falando alto, agredindo-se na brincadeira, pondo os pés em cima dos assentos e ocupando o corredor de circulação da carruagem. Os passageiros portugueses ou afastavam-se ou ignoravam a cena. Um turista estrangeiro, com ar de apoiante da gauche bloquisto-socialista, sorria e parecia achar imensa graça às palhaçadas. Há sempre público para o circo e o circo só vinga porque alguém o aplaude.
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Competitividade
Israel mantém o 19º lugar numa lista de 60 países. Portugal ocupa o 46º, caindo 5 lugares. Até ao último ainda faltam 14.
Porque sim
Ainda não analisaram, mas vão votar contra. Porque são contra a austeridade, as políticas erradas e a destruição da economia. Mas continuam sem dizer o que colocavam no lugar da austeridade, que políticas certas implementariam e como iriam construir a economia. Mais valia dizerem que votam contra porque sim.
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Isto não vai acabar bem
Vai ser bonito de ver. Principalmente se chegar a entrar por julho e aqueles que agora são muito defensores da greve começarem a ter vontade de entrar de férias. Haverá muitas coerências rachadas.
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40 e só 40
Direção de turma + secretariado de exames + elaboração de provas + coordenação disciplinar + 5 programas diferentes para lecionar + avaliação docente. Que cheguem depressa as 40 horas.
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