Que não me ouçam as enormes orelhas do professor Yossi, mas estou a escrever a ata da sétima aula em plena véspera da oitava.
Tenho tido problemas de tempo, tenho cada vez mais problemas de tempo - que é como quem diz os dias parecem-me cada vez mais velozes e eu vejo-me, dia após dia, mais velho. Ainda que organize a agenda minuto a meticuloso minuto e continue capaz de despedaçar quem se atreva (a ameaçar) desperdiçar os meus dias.
Enquanto me vou mantendo alerta com as ameaças, não dou conta de que na penúltima aula estudámos os verbos nos tempos mais tramados de todos: o futuro e o imperativo. Dois tempos que, estudados em simultâneo, não deixam de ser sarcásticos. Primeiro, porque não sabemos que ações conjugar no futuro, nem tão longe no futuro chegaremos. Segundo, porque, quer queiramos, quer não, é sempre imperativo avançarmos para o dia de amanhã.
Tensão essa que não é muito diferente da que se sente ao estudar Hebraico. Por um lado, queremos mais. Por outro, não nos pensamos preparados.
E assim, amanhã, chego ao fim do curso, sem estar convicto de que o tenha completado. Deve-se ter semelhante sensação quando o sopro se está a ir embora de nós.
1 comentário:
Se os verbos em hebraico forem como os portugueses, será obra apreder. Eu só de pensar que se lê ao 'contrário', já me faz confusão!
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