Há sempre alguém do PCP, do BE ou dos Verdes na televisão a indignar-se com as medidas adoptadas pelo governo para fazer face à situação de bancarrota que se vive em Portugal. Quando não são os líderes - Jerónimo e Louçã - aparece um Bernardino Soares, um José Gusmão ou uma Heloísa Apolónia a largar a sua sentença. Dizem invariavelmente o mesmo: a troika e o Governo estão a roubar o povo e o país, e se fossem governo as políticas seriam outras.
Se por um acaso da história estes três partidos se encontrassem no poder e se fossem tomadas à letra as declarações destes papagaios, seriam de esperar medidas como: o fim do acordo com a troika, a descida do IRS, o fim das portagens nas Scut, o fim do corte do 13º e 14º meses aos funcionários públicos, a descida do IVA, o aumento generalizado dos salários e das pensões, a descida do preço dos transportes, da água, da electricidade e do gás, o aumento das admissões na função pública, o aumento da despesa com a Saúde e com a Educação, a redução da idade da reforma, entre muitas outras decisões simpáticas. Até se pode imaginar a constituição de tal governo: Jerónimo como primeiro-ministro, Louçã como ministro das Finanças, Apolónia como ministra da Economia, Bernardino Soares como ministro dos Estrangeiros, Fernando Rosas como ministro da Agricultura, José Gusmão com a pasta da Defesa e assim sucessivamente.