domingo, 28 de outubro de 2012

Israel assinala o assassinato de Rabin

No calendário hebraico faz hoje 17 anos que Yitzhak Rabin foi assassinado. Por todo o país vários eventos assinalaram a data.
Na Knesset a sessão em memória de Rabin ficou marcada por discursos muito contraditórios em relação ao futuro de Israel: o Presidente da Knesset, Reuven Rivlin, declarou que quase 20 anos após os acordos de Oslo o conceito de nações separadas para israelitas e palestinianos falhou. Por sua vez, Shelly Yachimovich líder trabalhista, Shaul Mofaz líder do Kadima, e o ministro da Defesa, Ehud Barak, elogiaram os méritos da ideia de dois povos, dois estados. Barak afirmou inclusive que um estado binacional irá matar o ideal do sionismo. 
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu discursa na sessão solene em memória de Yitzhak Rabin
Deputados da Knesset observaram um momento de silêncio
A líder trabalhista Shelly Yachimovich e o Presidente da Knesset Reuven Rivlin
Altas figuras do Estado de Israel na cerimónia do Monte Herlz em Jerusalém
O Presidente Shimon Peres discursa na cerimónia do Monte Herlz
Milhares de israelitas assinalaram o 17.º aniversário do assassinato de Yitzhak Rabin na Praça Rabin em Tel Aviv

7 comentários:

Luís Lavoura disse...

o conceito de nações separadas para israelitas e palestinianos falhou

Ainda bem que alguns políticos israelitas destacados percebem isso.

A construção desenfreada de colonatos em terras que deveriam vir a constituir o Estado palestino inviabilizou esse conceito.

É lamentável que se continue a defender esse conceito, que a própria política israelita tratou de inviabilizar.

DL disse...

Luís Lavoura

Está a confundir a árvore com a floresta. A maioria dos partidos políticos israelitas são por 2 estados.
Já do lado palestiniano ninguém quer Israel ali. Os palestinianos são os grandes responsáveis pelo falhanço de Oslo. Quando os acordos foram assinados e se começou a implementar aquilo que seria o embrião de um estado palestiniano, dezenas de palestinianos fizeram-se explodir nas ruas de Israel, minando completamente o processo.

Luís Lavoura disse...

A maioria dos partidos políticos israelitas são por 2 estados.

Sem dúvida. Eu julgava que todos os principais políticos israelitas fossem por dois Estados. Afinal vejo que há pelo menos um político israelita importante que é realista e percebe que isso é impossível.

do lado palestiniano ninguém quer Israel ali

Não estou a falar de querer Israel (com o seu atual caráter sionista). Estou a falar de querer um único Estado, binacional. Não sei se algum político palestino importante deseja tal coisa. Mas acredito que sim.

Lura do Grilo disse...

Os territórios israelitas ocupados por um Povo inventado à pressa só podia dar isto. Palestinianos? Metade são árabes metade são egípcios: que regressem às suas terras e deixem a Israel o que é de Israel. Dar terras para obter a paz nunca deu resultado.

Luís Lavoura disse...

que regressem às suas terras

Isto é utilizar um conceito muito distante de "suas terras".

Eu, por exemplo, sei que o meu pai era da Bairrada e a minha mãe da região do Porto. Logo na primeira geração, portanto, não sei qual é a "minha terra". Também sei que o meu pai teve um antepassado, não muito distante, suíço. Não sei se por esse facto tenho o direito de considerar a Suíça "minha terra".

No caso dos palestinianos, se metade deles são árabes e a outra metade egípcios, sendo que provavelmente já se misturaram entre si, fica por saber se devem "regressar" à Arábia ou ao Egito.

Quanto aos judeus, sabemos que os há de todas as terras. Será que também devem regressar às suas terras de origem? Parece que muitos deles os estão a fazer (por exemplo, judeus israelitas de origem polaca que hoje pedem a nacionalidade polaca e voltam para a Polónia e daí para toda a União Europeia). Eu certamente acharia bem que judeus israelitas de origem (mesmo que muito distante) portuguesa regressassem para Portugal.

Anónimo disse...

Luis,

Gostaria de lhe fazer notar que Israel e' parte da Palestina e nao o contrario (ler por exemplo Herodoto), como tantos pretendem fazer crer, que a Palestina e' parte de Israel, levando a' conclusao portanto, de que Israel deve devolver a Palestina.

Sendo assim, os israelitas tambem sao palestinianos e exigir aos palestinianos que saiam das suas terras nao me parece correcto, sejam eles arabes palestinianos, egipsios palestinianos ou judeus palestinianos.

Este conceito moderno de Palestina e' muitissimo conveniente e o motivacao para uma guerra sem quartel aos judeus palestinianos, que habitam uma parte da palestina chamada Israel.

A questao israelo-arabe e', neste sentido uma questao sem sentido; trata-se de uma guerra entre duas faccoes de palestinianos, mas, mesmo assim, palestinianos.

cumps
UF

Luís Lavoura disse...

exigir aos palestinianos que saiam das suas terras nao me parece correcto

Pois não. Eu não exijo nada de ninguém.

os israelitas tambem sao palestinianos

Isso é verdade da maior parte deles. Mas pelo menos um quinto da população judia do Israel atual é da ex-URSS, e muitos outros são de outros países (notoriamente dos EUA, especialmente entre os colonos).