segunda-feira, 30 de março de 2009

A grande lata ou como nos querem tomar por parvos

O chamado "caso Isaltino" se não fosse grave, era anedótico. Anedótico e original. Enquanto em casos parecidos os visados juram a pés juntos que são inocentes, este caso tem a originalidade de ser ao contrário. Isaltino admite tudo, com a maior das latas. O terreno em Cabo Verde aceitou-o por alegadamente lhe estarem gratos; as contas na Suíça são restos de campanha, e não as declarou por inconsciência; as fugas ao fisco na compra de casa, eram "normais" e toda a gente as fazia. Tudo normal e nada a declarar ou a regularizar. Ninguém explica a Isaltino Morais que não pode aceitar "presentes" estando em exercício de cargos públicos? E ninguém lhe explica que os restos da campanha eleitoral podem perfeitamente ser entregues a instituições do concelho ou devolvidos aos doadores? E já agora porquê a Suíça? Não há bancos em Oeiras? E finalmente alguém que explique ao Dr Isaltino que a fuga ao fisco é pura corrupção e que não se pode aceitar a desculpa esfarrapada de que "os outros também o faziam". Se faziam devem ser investigados e processados. Isaltino Morais toma-nos a todos por parvos e goza-nos porque sabe perfeitamente o país onde está. Está no país onde ninguém destas posições é preso.

sábado, 28 de março de 2009

Este blog não adere ao apagão

Estará em funcionamento noite dentro.

Uma boa ideia esta...


... de responsabilizar legalmente os pais nos casos de absentismo, abandono e indisciplina escolar. A notícia está aqui e a a petição pode ser assinada aqui: www.peticao.com.pt/responsabilizacao

Quanto tempo vai durar?

Quanto tempo vai Ehud Barak conviver com isto?

quinta-feira, 26 de março de 2009

Uma mentira repetida muitas vezes (nem sempre) passa a ser uma verdade


É penoso assistir diariamente à governação da educação em Portugal. Todos os dias se verificam no terreno as asneiras feitas pela tutela. E todos os dias se ouvem propagandear factos que pura e simplesmente não correspondem à verdade. O já muito falado Estatuto do Aluno não foge à regra.
Os objectivos anunciados eram o paraíso na terra: diminuir a indisciplina e o abandono escolar, reforçar a autoridade dos professores e aumentar o nível de exigência com os alunos. Tudo isto foi propagandeado aos quatro ventos. Os objectivos reais eram e são completamente diferentes. Tratou-se de criar um monstro burocrático, que mais não faz do que penalizar os professores pelas faltas dos alunos, para desta maneira, forçar a diminuição do absentismo e a melhoria das estatísticas. Não através da exigência para com alunos, mas sim através do laxismo que um estatuto destes provoca. O ME sabe perfeitamente que um estatuto impraticável vai fazer desaparecer milhares de faltas, porque sabe que se o estatuto fosse levado a sério, cada falta seria um inferno de burocracia e um chumbo na certa. Como os chumbos estão fora de questão, o sistema encarrega-se de fazer desaparecer as faltas. Melhoram-se mais uma vez as estatísticas, esse grande desígnio da governação socialista. Assim um estatuto que deveria ser exigente para os alunos e ágil para os professores, transforma-se num ágil para os alunos e num pesadelo para os professores. São estes os efeitos reais destas medidas.
Já em relação aos efeitos anunciados, não passam de propaganda, como se pode ler aqui. A palavra propaganda é a mais suave que se pode usar, porque poderiam ser usadas outras, como cretinice, mentira, trafulhice, etc. Para fundamentar a adjectivação, apenas duas simples perguntas à ministra da educação: que dados tem para fundamentar que as faltas estão a diminuir? e, desde quando (e como) faz o tratamento estatístico das faltas dos alunos?

quarta-feira, 25 de março de 2009

Requiem para o Haavoda?

As surpresas acontecem: contra todas as expectativas, o Haavoda (partido trabalhista) vai entrar na coligação governamental liderada pelo Partido Likud (centro direita laico). É difícil de entender esta atitude. Por vários motivos: por um lado, a coligação encontra-se muito encostada à direita (Likud 27 assentos, Shas 9 e Beitenu 15) sendo a inclusão dos 13 deputados trabalhistas considerada por muita gente contra natura. Por outro lado, o partido trabalhista entra na coligação bastante dividido, 7 dos 13 deputados não a apoiam. A juntar a estes dois factores de peso, surge o factor risco, que é enorme. Se o governo funcionar, o Likud e a direita saem reforçados e os trabalhistas penalizados; se o governo falhar, os trabalhistas vão ser acusados de colaborarem com o desastre. Por que preferem os trabalhistas integrar um governo que está nos seus antípodas a reorganizarem-se na oposição? Aparentemente apenas o apego ao poder. Nada mais que isso. O Haavoda a continuar assim tem os dias contados... infelizmente.

terça-feira, 17 de março de 2009

O rei vai nu

Mais uma notícia sobre agressões a professores. Só nos jornais é que estas situações são notícia. Para quem trabalha numa escola, casos de violência e de indisciplina são diários e constantes. Na generalidade das escolas portuguesas, os dias são passados no meio de uma imensa balburdia. Há de tudo, gritos, empurrões, ofensas verbais e físicas, desobediência generalizada a auxiliares e professores, etc etc etc. Tais situações, como é de prever não ficam à porta das aulas, entram por elas a dentro, martirizando professores e alunos.
Perante o maior problema das escolas em Portugal, o que faz o Ministério da Educação? Nada. Para o Ministério da Educação estes problemas são sempre "casos pontuais". E para tratar de "casos pontuais", nada melhor que um estatuto do aluno labiríntico, complicado e burocrático.
Nenhum aluno em Portugal é punido por indisciplina, porque o estatuto trata a escola como se de um tribunal se tratasse. Tratar casos de escola, como se fossem casos de tribunal é meio caminho andado para nada se fazer. Nem é preciso dar os exemplos da justiça que toda a gente conhece.
O Ministério da Educação não haje assim por distracção. O Governo sabe muito bem o que está a fazer: aplica ao ensino as teorias ideológicas que suportam o socialismo. Todos hão-de ser iguais. Só que iguais na mediocridade.

sábado, 14 de março de 2009

200 mil

A maior manifestação de sempre da CGTP juntou hoje 200 mil pessoas em Lisboa. No meio de tanta gente é possível observar uma série de fenómenos.

Estão lá os do costume, que vão às manifestações todas, e que protestarão sempre seja qual for o governo. Alguns até nem são de trabalhar muito... Mas sobre esses já se escreveu bastante.

Como também já se escreveu sobre os habituais aproveitamentos políticos do PCP e do BE, que cavalgam nestes ajuntamentos.

O que mais impressionou na manifestação de hoje, foram as queixas dos reformados. A maioria vive mal, e não tem praticamente estrutura nenhuma que os represente, tendo pouco poder reivindicativo comparativamente com outros grupos. As manifestações sindicais são provavelmente um único local onde se podem queixar e ser ouvidos.

Pela primeira vez vi uma trabalhadora protestar contra os imigrantes, que segundo ela retiram os empregos aos portugueses. Está aqui um fenómeno curioso, que pode estar em fase embrionária. Não é comum observar uma coisa destas numa manifestação de uma central sindical comunista.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Viragem de 180 graus?

Os auto-proclamados governantes da Faixa de Gaza condenaram o lançamento de rockets contra Israel. Aguarda-se com expectativa as razões de tal condenação. A minha aposta vai para uma mera manobra de propaganda. O Hamas ficou bastante enfraquecido com o resultado da operação Chumbo Endurecido, tendo a sua capacidade de ataque sido reduzida. Não estando em posição de força, aproveita o momento para "condenar" estes ataques, marcando pontos no tabuleiro mediático. De hoje em diante, os defensores da "causa palestiniana" terão mais este trunfo nas discussões.

domingo, 1 de março de 2009

Notícias discretas

Esta e esta. Parece que só Tony Balir é que ficou espantado.