domingo, 26 de maio de 2013

Prossegue a intervenção militar estrangeira na Síria

Prossegue a uma intervenção militar estrangeira na Síria: o grupo terrorista grupo xiita libanês Hezbollah entrou oficialmente no conflito.
Após a operação militar israelita de há 3 semanas houve uma pequena gritaria e algumas pessoas ameaçaram rasgar as vestes em protesto, por alegadamente Israel não ter legitimidade para intervir noutro país - parece que há umas leis da ONU que proíbem isso. Agora, que se trata de uma entrada declarada na guerra por parte de um grupo militar estrangeiro, nada se vai passar. Só quando o Hezbollah arrastar Israel diretamente para o conflito é que o direito internacional será novamente proclamado. 
Recorde-se que o Hezbollah é aquela organização que deveria ter sido desarmada a seguir ao conflito de 2006 com Israel, que age como partido político dentro do Líbano, mas tem um exercito próprio paralelo ao exército libanês.

O Sionismo e Jerusalém - Parte 4

Dos conflitos de 1929 até ao pós-Segunda Guerra Mundial
Apesar dos progressos que estavam a ser feitos, tanto do ponto de vista político (com a declaração Balfour e a criação de instituições nacionais judaicas) como do ponto de vista da colonização do território (com o estabelecimento de novas cidades e colónias), surgiram as primeiras dificuldades no terreno: os árabes da Palestina começaram a opor-se à pretensão judaica de estabelecer um Lar Nacional na sua pátria ancestral. 
A animosidade árabe contra o sionismo surgiu ainda antes da Primeira Guerra Mundial, mas foi em 1920 que se iniciaram os primeiros protestos violentos contra a imigração de judeus. Os mais graves ocorreriam em Jerusalém, onde o Bairro Judeu foi atacado. O mesmo aconteceria em Maio de 1921 com ataques a vários bairros judeus de Jerusalém e novamente ao Bairro Judeu em Novembro14. Em 1928 a hostilidade dos árabes contra os judeus subiu de tom, pois surgiu entre os árabes a preocupação de haver pretensões judaicas em relação a Monte do Templo. As preocupações da população foram levadas a sério pelo mufti de Jerusalém que reivindicou a imposição de restrições ao culto judaico no Muro das Lamentações.  
Em 1929 a situação agravou-se. Nesse ano as orações dos judeus junto ao Muro das Lamentações continuaram a desencadear os protestos dos árabes e no verão a crescente tensão entre ambas as comunidades originou um ataque de uma multidão árabe contra judeus desarmados na Cidade Velha. O ataque despoletou uma onda de violência por toda a Palestina, causando mais de 200 mortos. Estes graves confrontos foram o culminar de uma série de tensões e conflitos entre as duas comunidades e alteraram significativamente a relação entre elas. 
Os confrontos de 1929 acabaram por contribuir para uma mudança significativa na abordagem sionista em relação a Jerusalém porque aceleraram a discussão judaico-sionista acerca da posse da cidade e colocaram-na no topo da agenda sionista. A partir desta data o movimento sionista começou a aceitar que Jerusalém não era apenas um lugar sagrado e religioso para o Povo Judeu, mas também um lugar político, ideológico e até simbólico15
Os confrontos com os árabes foram importantes para modificar a abordagem sionista em relação a Jerusalém, mas não foram o único fator: a vontade da rua judaica era superior à dos líderes políticos sionistas dominantes, pois a cidade sempre tivera uma enorme importância para o Povo Judeu; e o movimento sionista passou a ser menos monolítico com o surgimento do Sionismo Revisionista (de Vladimir Jabotinsky) que era oposto ao dominante sionismo de inspiração socialista. O Sionismo Revisionista tinha em relação Jerusalém uma pretensão muito mais vincada que o Sionismo Socialista, que era mais cauteloso em relação à cidade. Os Revisionistas davam uma grande importância a Jerusalém e defendiam a posse judaica dos Lugares Sagrados, nomeadamente do Muro das Lamentações. 
Na década de 30 os conflitos entre a comunidade judaica e a comunidade árabe continuram, atingindo um ponto máximo em 1936 com a Grande Revolta Árabe. Em 1937 a agitação crescente na Palestina forçou os britânicos a nomearem uma comissão para averiguar as causas dos conflitos. A comissão foi presidida por Lord Peel e ficaria conhecida como a Comissão Peel. 
A Comissão Peel, depois de efetuar os seus estudos no terreno, publicou o relatório onde pela primeira vez é proposta a partilha da Palestina entre árabes e judeus. O relatório aponta para a criação de dois Estados, um árabe e um judeu, e uma zona sob controlo britânico. Segundo a proposta da Comissão Peel, o Estado Árabe ficaria com o Negev, com a Samaria, com parte da Judeia e com a cidade de Jaffa. O Estado Judeu ficaria com a Galileia, com a Planície de Hadera, com a cidade de Tel Aviv e com um enclave a sul de Jaffa. Jerusalém, Nazaré e o Corredor de Jerusalém ficariam sob controlo britânico. 
A proposta não agradou nem a árabes nem a judeus. Os árabes rejeitam completamente a divisão do território e defendem o fim da Comissão Peel e do Mandato Britânico. Os judeus aceitam o princípio da divisão do território, mas não na área proposta pela Comissão Peel16. Neste sentido, e perante a perspetiva de perderem a totalidade da cidade, elaboraram[uma proposta detalhada de partilha de Jerusalém. A proposta atribuiu ao Estado Judaico a parte Ocidental da cidade e exclui a maioria da zona Oriental. Locais com a Cidade Velha, o Muro das Lamentações, o Monte do Templo, o Cemitério do Monte das Oliveiras e outros bairros mais isolados ficariam fora da zona judaica. O único lugar da zona Oriental que surgia incluído na Jerusalém judaica era o Monte Scopus17. Assim, e apesar de nunca excluírem completamente a sua pretensão em relação à totalidade de Jerusalém, os Judeus veem-se forçados a recorrer ao pragmatismo da divisão para tentarem ficar com pelo menos uma parte da cidade. É certo que esta proposta de partilha surgiu num contexto de discordância em relação à Comissão Peel – na qual o Estado Judaico não teria qualquer soberania sobre Jerusalém – mas denota as preferências da Organização Sionista. Aparentemente a Organização teria tendência para preferir incluir o Monte Scopus (onde estava localizada a Universidade Hebraica), apesar da sua problemática localização, em vez de lugares como a Cidade Velha ou o Muro das Lamentações. A preferência pelo Monte Scopus deveu-se a dois fatores: ser estratégico em relação às posições árabes e britânicas e os líderes sionistas ainda estarem muito empenhados em construir alternativas simbólicas dentro da cidade judaica que privilegiassem a Jerusalém moderna que queriam edificar, em oposição à Jerusalém antiga. 
A proposta de partilha acabou por não ter qualquer consequência prática e no período que se seguiu até 1939 os conflitos agravam-se. Nesse ano os ingleses publicam um Livro Branco na sequência do qual restringem a imigração de judeus e a compra de terras por eles, com exceção de uma pequena faixa junto ao litoral. 
Durante a Segunda Guerra Mundial o conflito entre árabes e judeus sofre uma acalmia e a Agência Judaica prossegue com dificuldade a colonização do território. Nessa altura é feita uma primeira tentativa de colonizar o Negev. Churchill manifesta a Weizmann a simpatia pela ideia que os judeus possam ficar com toda a Palestina. Apesar da simpatia vigoravam as ideias do Livro Branco de 1939 e devido à Guerra a questão da Palestina deixara de ser uma prioridade para os Britânicos. Só com o fim do conflito em 1945 renasceu a esperança sionista de que o Estado Judaico passasse a fazer parte da agenda internacional. 
Nos anos de 1945 e 1946 os ingleses não alteraram substancialmente a sua política em relação à Palestina: o Livro Branco de 1939 continuou em vigor e a ideia de criar um Estado Judaico perdia entusiasmo quer entre os Conservadores, quer entre os Trabalhistas. Neste quadro grupos como Irgun e o Stern, ligados ao Sionismo Revisionista, intensificaram a sua atividade perpetrando atentados contra os ingleses.  
Em 1946 o governo trabalhista britânico desfere um golpe nas aspirações sionistas ao anunciar um novo plano de partilha – o Plano Morrison. O Plano Morrison dividia a Palestina em três áreas: a primeira, correspondendo a 43% do território do Mandato e incluindo Jerusalém, permaneceria sob controlo direto britânico; a segunda, 40% do território, seria uma região autónoma árabe; e a terceira, os restantes 17%, passaria a ser uma região autónoma judaica. As três permaneceriam sob o controlo britânico Os judeus rejeitaram imediatamente o Plano Morrison, considerando que a área era muito reduzida, deixando de fora muitas áreas judaicas18,e não previa a independência de um Estado Judaico. 
No final de 1946 a situação dos Judeus na Palestina era de quase desespero: o Livro Branco restringia a imigração e a chegada dos refugiados que sobreviveram ao Holocausto e a instituição de qualquer entidade soberana tardava - situação agravada pelo anúncio do Plano Morrison. Perante este cenário, os líderes sionistas - Weizmann e Ben-Gurion – recorrendo a um extremo pragmatismo, prepararam-se para aceitar a partilha do território, mesmo que tal implicasse um Estado Judaico numa área menor do que aquela que era reivindicada.
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Notas 
14 - GILBERT, Martin, História de Israel, p.64-66
15 - ZAIDA, Sufian Abu, The Zionist Approach to Jerusalém from 1897-1937
16 - GILBERT, Martin, História de Israel, p. 109.
17 - PAZ, Yair, The Zionist Movement and East Jerusalem.
18 - GILBERT, Martin, História de Israel, p.161.

sábado, 25 de maio de 2013

Música de Israel


Itzik Dadya & outros, Ten li yad

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Podia ter-lhe chamado estivador ou professor

Palhaço foi o que lhe veio à cabeça, mas podia ter-lhe chamado professor (do secundário) ou estivador. Tudo profissões pelas quais Miguel Sousa Tavares tem elevada consideração. O que estes escritores fazem para venderem livros.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Blogue intermitente

Nesta altura é sempre assim.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O Estado Socialista

O líder da oposição acaba de ter mais uma brilhante ideia, bem ao estilo do pensamento mágico que domina o Partido Socialista: transformar em capital social as dívidas das empresas ao Estado. Diz António José Seguro que é para as salvar e que não custará um cêntimo aos contribuintes. 
A viabilidade económica da coisa salta à vista dos mais atentos, tal como os milhares de boys que seriam necessários para administrar tanto capital social. Mas para a maioria não é assim tão evidente: estas loucuras são sempre anunciadas de forma muito apelativa e simples, para que os tolos as engulam à hora do telejornal.

A doxa

Depois de se receber grande parte do dinheiro denuncia-se o acordo. Portugal é um país cheio de gente séria e responsável, que só chegou à bancarrota por causa dos malvados dos políticos.

Ha'aretz

Assim se conquistou o deserto. Israel desenvolveu sistemas de irrigação pioneiros que permitiram poupar água e conquistar vastas áreas de terras áridas e improdutivas. A foto mostra uma vinha no planalto dos Golã.

sábado, 18 de maio de 2013

Música de Israel


Itzik Dadya, Halleluyah

Não há no Governo um Dr. Portas que os defenda?

Salários da Função Pública com corte de 4%. O Jornal Expresso só se esqueceu de referir que se trata de mais um corte a somar a todos os outros e que os funcionários públicos não têm um ministro de Estado & dos Negócios Estrangeiros que os defenda. O cisma do funcionalismo público pelos vistos não incomoda ninguém.

O Sionismo e Jerusalém - Parte 3

Do início da Primeira Guerra Mundial até 1928 
A atitude do movimento sionista em relação a Jerusalém começou a mudar no início da Primeira Guerra Mundial. Em 1914 a Organização Sionista Mundial mudou o Escritório Sionista (também conhecido Eretez Yisrael Office) de Jaffa para Jerusalém. A transferência da sede sionista para Jerusalém indicia que por esta altura o movimento sionista já pretendia a posse da cidade e lhe conferia um estatuto de capital, embora ainda não o afirmasse de forma explícita. O facto de Jerusalém ser o maior núcleo populacional judaico em todo o território da Palestina não terá sido também alheio a esta mudança.
Na sequência da declaração Balfour (1917), na qual o Governo Britânico se declarou favorável ao estabelecimento na Palestina de um Lar Nacional para o Povo Judeu, é criada a Comissão Sionista para a Palestina (1918), que à semelhança do sucedido com o Escritório Sionista, também se instalou em Jerusalém. O seu presidente, Chaim Weizmann, passou a assim a residir na cidade, sendo o primeiro grande dirigente sionista viver permanentemente na Palestina e particularmente em Jerusalém. Weizmann ficou impressionando com estado da cidade e com as condições em vivia a população judaica.
A mudança física, e já ideológica, para Jerusalém, foi possível não só pelo quadro criado pela Declaração Balfour – que para além do reconhecimento do direito a uma Lar Nacional na Palestina, permitia a criação de instituições nacionais judaicas – mas também pelo facto de a Grã-Bretanha ter conquistado a Cidade Santa em finais de 1917. A conquista de Jerusalém transferiu para a cidade a sede do poder na Palestina, acrescentado importância política à importância religiosa9
Chaim Weizmann foi um dos grandes impulsionadores da mudança de atitude do movimento sionista em relação a Jerusalém, porque percebeu melhor do que Herlz e outros dirigentes seculares, a importância de Jerusalém e a forte ligação existente entre os judeus e a cidade. Weizmann sempre entendeu que era importante fortalecer essa ligação e bateu-se ao longo de sucessivos congressos sionistas por um projeto que viria a influenciar a abordagem do movimento sionista face a Jerusalém: o da criação de uma universidade hebraica no território da Palestina.
A ideia de criar uma Universidade judaica na Palestina já existia desde o início do século XX e rapidamente passou a fazer parte do pensamento dos sionistas. As discussões que originou dentro do movimento sionista, sobre a sua necessidade e localização, influenciaram a mudança de atitude dos dirigentes sionistas face à cidade de Jerusalém. Em 1914 dá-se um importante passo quando apoiantes do plano de criação da universidade hebraica conseguem a opção de compra de um terreno no monte Scopus em Jerusalém, adquirindo assim a primeira parcela de terreno para a Universidade Judaica em Jerusalém10. A transação só viria no entanto a acorrer em Janeiro de 1918, após a Declaração Balfour e a conquista britânica de Jerusalém. 
O processo de construção da Universidade decorreu entre 1918 e 1925 e esteve relacionado com o reconhecimento gradual da importância de Jerusalém. Com uma Universidade daquela dimensão Jerusalém tornou-se mais judaica e ao mesmo tempo mais secular e moderna – facto que foi de encontro às características dos líderes sionistas mais reticentes em relação à cidade. Não foi por acaso que em 1919 a Comissão Sionista reivindicava já uma parcela de território para a estabelecimento do Lar Nacional Judaico que se estendia pelas duas margens do rio Jordão e na qual Jerusalém configurava11
Em 1919 e 1920 Jerusalém passou a ser uma preocupação da Comissão Sionista e do seu novo presidente, Menachem Ussishkin. Ussishkin receava o isolamento dos judeus de Jerusalém se não se estabelecessem uma série de colónias judaicas entre Jerusalém e a costa. Assim, a colonização desta zona, que viria ser conhecida como o Corredor de Jerusalém, tornou-se numa das prioridades da Comissão Sionista12 e demonstra que no início dos anos 20 já era ideia dos sionistas integrar Jerusalém no futuro Lar Nacional Judaico. 
Em 1921 o 12º Congresso Sionista decidiu criar um Executivo Sionista que substituiu a Comissão Sionista, e manteve-o em Jerusalém. Um ano depois, em 1922, a Liga das Nações confere aos britânicos um mandato para administrarem a Palestina e confirma a promessa britânica de criação de um Lar Nacional Judaico na Palestina. A Liga da Nações aceita também a criação de uma Agência Judaica para servir de autoridade à população judaica da Palestina. O Mandato Britânico, como ficou conhecido, é estabelecido em 1923 e fez de Jerusalém a sua capital. Devido à falta de meios a Agência Judaica só seria formada em 1929, pelo que na prática, e até essa data, a autoridade para os judeus na Palestina continua a ser exercida o Executivo Sionista. A Agência Judaica, uma vez formada, estabeleceu-se também em Jerusalém.
Apesar de todos estes eventos terem contribuído para uma mudança de atitude em relação a Jerusalém, o Executivo Sionista ainda era algo ambíguo em relação à totalidade da cidade, continuando a preferir as zonas mais novas, principalmente no oeste, em detrimento dos locais históricos e sagrados e dos habitados maioritariamente por judeus sefarditas pobres que eram completamente desligados da ideologia dominante no movimento sionista13.
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Notas 
9 – MONTEFIORE, Simon Sebag, Jerusalém, a biografia, p.457,458.
10 – GILBERT, Martin, História de Israel, p.46.
11 – BARNAVI, Élie, História Universal dos Judeus, p.203.
12 – GILBERT, Martin, História de Israel, p.63.
13 – PAZ, Yair, The Zionist Movement and East Jerusalem,

PARTE 1PARTE 2 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Israel do passado

Maio de 1950: tem início a Operação Ezra e Nehemiah (também conhecida com Operação Ali Baba) que transportou por via aérea entre 120 a 130 mil judeus iraquianos para Israel.

Mentiras

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Haredim contra a reforma do alistamento militar

30 mil haredim manifestaram-se hoje em Jerusalém contra a reforma do alistamento militar. O protesto teve lugar em frente a um centro de recrutamento e rapidamente resultou em confrontos com a polícia, ferindo oito agentes. Em causa estão as propostas de reforma da lei do alistamento militar que estão a ser trabalhadas pelo Comité Peri.
O alistamento dos judeus haredim no IDF é um assunto muito polémico e sensível em Israel. Tradicionalmente estes judeus, como estudantes das Yeshivas, estavam isentos de cumprir o serviço militar obrigatório. Em 2012 o Supremo Tribunal declarou inconstitucional a lei que lhes concedia  a isenção. Depois disso foram feitas várias tentativas sem sucesso para aprovar legislação que equipare o serviço militar dos haredim aos dos restantes cidadãos de Israel. Mais recentemente, em abril, um comité ministerial dirigido pelo ministro da Ciência e Tecnologia,  Yaakov Peri, começou a trabalhar numa nova proposta e anunciou que apresentaria na  Knesset  um projeto de lei para que todos os cidadãos dividam igualmente a carga do serviço militar.

Se fosse 'neoliberal' estava no Index

A ideia peregrina de pôr os jovens a lerem a Constituição nas escolas só surgiu porque a Constituição é socialista. Se a Constituição fosse 'neoliberal' a esquerda demagoga e populista já a teria banido e colocado no Index.
A deputada Heloisa Apolónia, que é uma das paladinas contra o excesso de trabalho que os professores atualmente têm (e que é real), pelos vistos não tem o mínimo pudor em lhes arranjar mais uma tarefa: a do ensino ideológico.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

terça-feira, 14 de maio de 2013

Parabéns, Israel!

Joel, Romeu Monteiro, Benji o cão, Cátia e MP.
A fundação do Estado de Israel foi comemorada na Universidade de Aveiro. No calendário gregoriano Israel faz hoje 65 anos.

O Sionismo e Jerusalém - Parte 2

De 1892 até ao início da Primeira Guerra Mundial
Quando no final do século XIX o sionismo religioso (não organizado) deu lugar ao sionismo político organizado, a importância que Jerusalém tinha para o povo Judeu não foi totalmente apropriada por essa mudança. Apesar do nome do movimento sionista derivar de uma colina de Jerusalém – o Monte Zion – a cidade e a sua posse não estiveram no centro das prioridades dos primeiros sionistas. No seu início o movimento sionista defendia basicamente a ideia do estabelecimento de uma nação judaica na Palestina, sendo a posse de Jerusalém apenas implícita. A sua inclusão no futuro Estado Judaico era pretendida, mas nos primeiros momentos do sionismo político verificaram-se poucas referências explícitas a Jerusalém. 
Teodor Herlz, o principal percursor do movimento sionista e fundador da Organização Sionista Mundial, publicou em 1896 uma obra intitulada O Estado Judaico, onde declarou que a Palestina é a pátria histórica dos judeus e descreveu as tarefas que eram necessárias levar a cabo para construir um Estado na Palestina. O livro, que teve um grande impacto junto dos judeus europeus e exerceu uma grande influência no surgimento do sionismo político, não faz nenhuma referência a Jerusalém. 
A única vez que esteve na Palestina (1898) Herlz não ficou com uma boa impressão de Jerusalém, mas admitiu a possibilidade de a cidade um dia pertencer ao Estado Judaico e de preservar nela tudo o que é sagrado. Mais tarde chegou à conclusão que Jerusalém teria de ser partilhada, tendo um estatuto extraterritorial7. 
Os primeiros dois congressos da Organização Sionista Mundial (1897 e 1898) também se focam no objetivo primordial de fundação de uma pátria judaica na Palestina, sem no entanto se debruçarem explicitamente sobre a cidade de Jerusalém. O mesmo aconteceu com os congressos seguintes, nos quais foram estabelecidas as estruturas necessárias ao prosseguimento da criação do Estado Judaico. Houve inclusive desvios ao objetivo Palestina, com a possibilidade de o Uganda servir de local de acolhimento para esse propósito. 
Na Palestina a colonização do território não era diferente da estratégia delineada pelas lideranças sionistas: do ponto de vista agrícola, os sionistas concentravam os seus esforços junto à planície costeira e na Galileia; em meio urbano as atividades sionistas centravam-se principalmente na zona de Jaffa. Neste período foi planeada e fundada a primeira cidade inteiramente judaica: Tel Aviv.  
Esta relativamente menor importância de Jerusalém no início do movimento sionista esteve relacionada com vários aspetos: 
- O objetivo principal do sionismo era o estabelecimento de Estado Judaico na Palestina e não a definição do estatuto ou da posse de Jerusalém;  
- Jerusalém representava o antigo e o conservador, estando nos antípodas do estilo de sociedade que os primeiros sionistas pretendiam para o futuro Estado Judaico – secular, não religioso, regido por leis de inspiração europeia, com separação entre o estado e a Igreja e voltado para o futuro e não para o passado; 
- A população judaica de Jerusalém era diferente da dos novos judeus chegados com o sionismo: era mais religiosa, mais pobre, diferente no comportamento e na forma de pensar e estava habituada a viver sob a soberania de outros povos, sendo os sentimentos nacionalistas bastante reduzidos; 
- Os judeus de Jerusalém, sendo religiosos na sua maioria, também não receberam bem o sionismo político, pois esperavam a vinda do Messias;  
- Os dirigentes sionistas viram Jerusalém como um obstáculo à criação de um estado judaico na Palestina, porque a cidade simbolizava o conflito com o mundo árabe e cristão, e a sua reivindicação contaria com a oposição da comunidade internacional. 
Apesar disso, e ainda antes da Primeira Guerra Mundial, registou-se um esforço sionista de compra de terras em Jerusalém, nomeadamente em locais pouco povoados. São exemplo disso a zona de Talpiot, do Monte Scopus e a zona oeste8.
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Notas 
7– MONTEFIORE, Simon Sebag, Jerusalém, a biografia, p.422.
8 – PAZ, Yair, The Zionist Movement and East Jerusalem,

PARTE 1

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Série 'Ministros da Educação'

Ben-Zion Dinur, 4º ministro da Educação de Israel
Na barra lateral continua a sério 'ministros da Educação de Israel'.  Depois de David Remez, está em destaque Ben-Zion Dinur que pertencia ao Partido Mapai e ocupou a pasta no 3º Governo entre 8 de Outubro de 1951 e 3 de Novembro de 1955.

Israel: Banco Central fixa a taxa diretora em 1,5%

O edifício do Banco de Israel em Jerusalém.
O Comité Monetário do Banco de Israel cortou hoje 0,25% a sua taxa diretora, fixando-a em 1,5%. A redução seguiu em linha com as reduções das taxas diretoras um pouco por todo o mundo e está relacionada com receios de sobrevalorização do shekel. O Banco de Israel anunciou ainda um programa de compra de moeda estrangeira para compensar o efeito da produção de gás natural na taxa de câmbio.

domingo, 12 de maio de 2013

Música de Israel


Harel Skaat, HaMea Ha-21

Judaica

 (Clique na imagem para ampliar)
Judaica - 1ª mostra de cinema e cultura.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

O Sionismo e Jerusalém - Parte 1

O período anterior ao Sionismo político
O Sionismo é o antigo anseio dos Judeus de regressarem à sua terra ancestral como um povo livre e independente. O Movimento Sionista é a expressão política desse anseio, sendo por isso um movimento de autodeterminação1
O sentimento sionista teve a sua primeira manifestação no exílio da Babilónia, no século VI a.C. após a destruição do Primeiro Templo de Jerusalém: Junto aos rios de Babilónia nos assentámos e chorámos, lembrando-nos de Sião2. Sião, um dos montes de Jerusalém, o símbolo e sinónimo da cidade e até da Terra de Israel, deu inspiração à vontade indomável de independência e liberdade do Povo Judeu.  
Depois do exílio da Babilónia o sentimento sionista voltou a fazer-se sentir quando o Povo Judeu perdeu a sua pátria ancestral e foi forçado a uma segunda Diáspora no ano 70 d.C.. Os Judeus espalharam-se pelo mundo mas ansiaram sempre por um regresso a Sião (Jerusalém). Durante dois mil anos a oração “Se eu te esquecer, Jerusalém, que a minha mão direita me esqueça!” foi símbolo da fidelidade e da ligação do Povo Judeu a Jerusalém e à Terra de Israel. Judeus que nunca tiveram a menor hipótese de vislumbrar um regresso faziam todos os anos um voto, pela altura da Páscoa, de se encontrarem “para o ano em Jerusalém”. Nos lares religiosos era costume deixar sempre por pintar uma pedra a fim de recordar a Cidade Santa, e nos casamentos o noivo esmagava um vidro com o pé direito em sinal de dor pela destruição do Templo3.
O desejo de retorno acalentou e reconfortou os Judeus nas suas duas longas e difíceis diásporas. O sionismo ainda não tinha sido definido, mas já existia: era essencialmente religioso e tinha uma forte ligação a Jerusalém. Na segunda Diáspora, ao longo de quase dois milénios, o retorno não passou de um sonho, pois Jerusalém esteve sempre sob domínio estrangeiro: primeiro do Império Romano, depois do Califado e por fim do Império Otomano. Até ao século XIX foram poucos os judeus que conseguiram regressar a Sião. Em meados do século XIX apenas havia 10 mil judeus na Terra de Israel, 8000 dos quais em Jerusalém4.
Ao longo da segunda metade do século XIX o sentimento nacional judaico esteve em constante crescimento e a atração pela terra ancestral começou a ser cada vez mais forte. Muitos Judeus tomaram nessa altura consciência da sua condição de povo sem Estado.
O surgimento do antissemitismo, especialmente contra os judeus da Europa Oriental, teve como consequências a procura de uma solução nacional para o problema judaico e a imigração para a Palestina. Grande parte desta primeira imigração dirigiu-se a Jerusalém e os judeus passaram a constituir a maioria da população da cidade a partir do ano de 1850. Entre 1864 e 1889 o seu número triplicou atingindo os 25 mil5 (contra 14 mil árabes) e Jerusalém transformou-se no centro judaico da Palestina. Tal facto evidencia bem a importância da cidade para o sionismo religioso antes da sua passagem a movimento político organizado.
Assim, neste período anterior ao surgimento do sionismo político organizado, Jerusalém para além da importância simbólica e religiosa que sempre teve para os Judeus da Diáspora, passou a ter também uma enorme importância demográfica: era a primeira vez desde a destruição do Segundo Tempo que se conseguiam estabelecer em massa na cidade e simultaneamente constituírem a maioria da população. E foi também a primeira vez que sua presença começou a causar inquietação entre os dirigentes árabes6.
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Notas
2 Salmo 137:1 – A Bíblia Sagrada (Tradução de João Ferreira de Almeida, Edição Contemporânea, Editora Vida, S. Paulo).
3 MONTEIRO, João, Israel, a Comunidade Internacional e paz com os Árabes.
4 GILBERT, Martin, História de Israel, p.19.
5 GILBERT, Martin, História de Israel, p.25.
6 MONTEFIORE, Simon Sebag, Jerusalém, a biografia, p.422.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Ha'aretz

O verdejante Vale de Jezreel, Galileia.
(Clique na imagem para ampliar)

Concertação social

O ministro das Finanças de Israel, Yair Lapid, chegou a acordo com a maior central sindical israelita, a Histadrut, sobre os cortes a fazer no Orçamento do Estado de Israel. As medidas acordadas foram anunciadas hoje ao país numa conferência de imprensa conjunta entre o ministro das Finanças e o líder da Histadrut, Ofer Eini, e impediram a realização de uma greve geral.

O Sionismo e Jerusalém

Durante os próximos dias serão aqui publicados uma série de posts acerca da relação entre o Movimento Sionista e a cidade de Jerusalém. O primeiro texto será sobre a relação dos Judeus com Jerusalém desde o início do exilio da Babilónia até ao século XIX. Nos outros será analisada a abordagem que o Movimento Sionista fez a Jerusalém desde 1892 até à Fundação do Estado de Israel em 1948 e a relação que o Estado de Israel teve com a Cidade Santa desde 1948 até hoje.

Eterna e indivisível

Yom Yerushalayim (Dia de Jerusalém), a eterna e indivisível capital do Estado de Israel.

terça-feira, 7 de maio de 2013

De pequenino é que se ensina a pieguice

Quem ouve estes pais a falar julga que os filhos acabaram de ser sujeitos a uma prova de tortura ou a trabalhos forçados. Mas não, trata-se apenas do exercitar desse desporto tão nacional que é a pieguice.

A moralidade da Turquia

4 de Outubro de 2012 

7 de Maio de 2013  

Israel: taxa de desemprego cai para 6,5%

A taxa de desemprego em Israel caiu para 6,5% no 1º trimestre 2013, menos 0,3 % que no 4.º trimestre de 2012. Os números divulgados hoje pelo Instituto de Estatística de Israel revelam também que a população empregada cresceu de 3 392 000 no 4.º trimestre de 2012 para 3 415 000 no 1º trimestre de 2013. A economia israelita deverá crescer 2,8% este ano (excluindo o início da produção de gás natural), depois de ter crescido 3,2% em 2012.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Negociações é que não são

As chamadas negociações com os sindicatos são um mero pro forma: o Governo chega lá já com tudo decidido e a belicosa Ana Avoila apenas comparece para poder debitar o discurso inflamado do PCP. Nem o Governo, nem os sindicatos controlados pelo PCP, têm a mínima intenção de chegar a qualquer entendimento.

É o Hezbollah, estúpidos!

Choque e pavor

Escândalo: o Governo quer reduzir 100 mil funcionários públicos ao longo da legislatura. Um número que não anda longe da redução efetuada durante os dois governos de Sócrates. Pelo menos era disso que relatavam. Aguarda-se com expectativa a reação acalorada e indignada do Tó Zé do PS.

Música de Israel :)


Harel Skaat & Yehuda Poliker, Gibor (herói)
Harel Skaat e Yehuda Poliker gravaram esta música para apoiar a Rachashei Lev, uma instituição israelita que apoia crianças e jovens com cancro.

Zero na propaganda

No plano da propaganda política o atual primeiro-ministro fica a léguas do anterior. O último pacote de medidas de austeridade é apenas mais um exemplo: Passos Coelho deu a cara por medidas muito impopulares. Dois dias depois o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, e parceiro de coligação, apareceu aos portugueses a discordar de uma delas. Como se isso não fosse pouco, parece que a medida em causa - uma taxa sobre os reformados - ainda não está decidida e não irá avante precisamente porque Paulo Portas não a aprova. Se é assim, por que motivo o primeiro-ministro se deixa sempre arrastar para o papel do mau? E por que se desgasta a anunciar medidas que depois acabam por não se verificar? E por que permite que o ministro dos Negócios Estrangeiros faça sempre o papel do bom da fita? Há quem diga que se trata de tática política da parte de Passos Coelho, mas deve ser mais aselhice. E os aselhas não costumam durar muito tempo à frente dos governos.

domingo, 5 de maio de 2013

O Pallywood sírio


A reportagem da TV do Hezbollah que passou no Telegraph.
As imagens mostram uma enorme devastação, seguida de um militar sírio a afiançar que a área atacada pela Força Aérea Israelita é habitada em 99% por civis, sem explicar em que consistem os outros 1%. Por fim, a prova de que a área era de facto civil: um galo, que miraculosamente sobreviveu às explosões sem sequer sujar as penas, aparece a passear no meio dos escombros. Se o galo está ali é porque de facto se trata de uma zona civil, pois nas instalações militares não há galos.
Via Elder of Zion.

Ilegítimo?

O PCP considera ilegítimo o Governo que os portugueses escolheram há menos de dois anos em eleições democráticas, limpas e válidas. É este o partido que anda constantemente com as palavras democracia e constituição na boca.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A diferença dos tempos

Nos governos socialistas era quase sempre o ministro das Finanças que dava a cara pelas medidas de austeridade. Sócrates guardava-se para a propaganda e para os anúncios sond bite. No governo PSD/CDS é quase ao contrário: o primeiro-ministro aparece frequentemente a anunciar a austeridade e quem foge a sete pés destas maçadas é o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Depois da austeridade vem a demagogia

Depois da austeridade do Governo, o chorrilho de demagogia das Oposições. Falam como se estivessem a dirigir-se a alunos do 1º ano da escola primária. A Heloísa Apolónia abusa particularmente deste tipo de discurso, que mistura com um certa dose de teatro barato.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O horário oficial da função pública passa para 40 horas semanais

O Governo vai passar o horário oficial de trabalho da função pública para 40 horas por semana. Na prática isso significa que quem já trabalha 40 ou 50, vai passar a trabalhar 50 ou 60. Os professores que o digam: há muito tempo que o seu horário de trabalho extravasou largamente as 35 horas oficiais. Com o aumento agora decretado, as 40 horas serão uma miragem, tal como já o são as 35. 
Claro que isto só é possível no país onde a classe docente tem o rótulo de malandra e a fama de estar sempre de férias. Qualquer aumento de horário que seja decretado, será sempre recebido com júbilo pelas massas e por isso muito difícil de contestar.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Israel do passado - 1º de Maio em Tel Aviv

Jovens do movimento Hashomer Hatzair durante do desfile de 1946.
Manifestação de 1947.
Estaline e Lenine no desfile de 1949. Nesta época a extrema-esquerda influenciava a política em Israel.
Manifestação de 1950.
Manifestação de 1988 durante o segundo governo de Yitzhak Shamir.