As caixas de comentários dos jornais estão a ficar cheias de mensagens a rejubilar com corte dos subsídios dos funcionários públicos. A imensa claque anti-função pública, que delira de cada vez que algum governo tira algum regalia aos trabalhadores do estado, está a meter o primeiro-ministro nos píncaros. Passos Coelho arrisca-se a ser a Maria de Lurdes Rodrigues número 2. A ex-ministra da Educação só é recordada por ter dizimado os professores e só conseguiu ser apreciada pela turba que os odeia.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
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12 comentários:
Experimentemos então viver sem professores, juízes, médicos, enfermeiros, magistrados...
Apoiado... a ambos.
é provável que num mundo liberal uma grande parte da vossa classe vivesse com menos privilégios. aí não haveria ministérios para culpar, seria tudo perfeito e atribuído unicamente aos mercados.
@ Cirrus
Não o julgava membro dessa claque.
As bestas nem sequer percebem que isso também os vai afetar. Com menos dinheiro nos bolsos, os FP vão gastar menos, vão comprar menos ao setor privado.
Alguns desses m****s ainda irão parar ao desemprego graças às medidas que hoje aplaudem.
A minha claque é o povo português. E que eu saiba os professores são tão portugueses como eu.
@ Cirrus
Isso não sei Cirrus, porque mais uma vez são os professores que vão levar a maior talhada destes cortes.
1) Se os juízes e magistrados não fossem fortes com os fracos e submissos com os poderosos, o sindicato do crime chefiado pelo corrupto que concluiu o curso ao Domingo teria sido impedido de destruír o Estado.
2) Qualquer pessoa com bom senso fica assustada com medidas tão severas. No entanto, convém lembrar que com um patrão tão arruinado, que não o Estado, o destino seria o desemprego e ordenados em atraso que dificilmente seriam pagos.
3) A claque existe porque quando o cidadão necessita dos serviços do Estado, normalmente, é tratado com arrogância, desinteresse e impunidade.
Os funcionários públicos esquecem-se que tiveram, por parte do Sócrates, aumentos de 2% numa altura em que a maioria das empresas privadas não só já tinha congelado os aumentos, como tinha começado a despedir.
Esquecem-se que esses aumentos contribuíram para a necessidade de aumentar impostos. Cada vez que se aumentam os impostos, muitas outras empresas encerram portas, agravando a situação económica e social em que vivemos. Muitas empresas já fecharam, deixando no desemprego dezenas de milhares de pessoas e muitas outras irão pelo mesmo caminho.
OS FP têm sido uns privilegiados pois, mesmo com cortes de 10 ou 20% no ordenado estão na sua maioria acima das condições de mercado e têm tido o emprego garantido.
A garantia de emprego é levada ao extremo que aqueles que são incompetentes ou mandriões, são mantidos pelas suas chefias, ou porque não existem mecanismos de os por fora, ou porque esses mecanismos não são viáveis. Os incompetentes ou mandriões não são apanágio da FP, e são tão facilmente identificados num na FP como no privado. A diferença é que no privado ou são postos na rua ou afundam o barco. Excepto claro quando as empresas em causa têm contratos com o Estado pelos quais recebem principescamente independentemente da qualidade do produto ou serviço fornecido. Mas neste caso, mais uma vez, temos o Estado a desvirtuar o mercado.
No caso particular dos professores, quantos desempregados não estatuiriam capazes de desempenhar tão bem ou melhor as mesmas tarefas. Existem dezenas de milhar de desempregados com habilitação própria ou suficiente que, para ganharem metade do vencimento de um professor, trabalham 3 e 4 vezes mais.
Por isso, não posso concordar consigo quando diz que a FP é quem está à mingua. À mingua estão os desempregados, muitos dos que tiveram de emigrar, os que estão com ordenados em atraso, os pensionistas (que, por via do aumento de impostos, vão ver reduzido o seu rendimento disponível), os milhares de trabalhadores da restauração que irão ver desaparecer o seu emprego por via do aumento do IVA, esses sim estão à mingua porque alguém em nome do Estado extorque dinheiro a eles ou às empresas em que trabalham.
Os FP que estiverem descontentes têm sempre a mesma possibilidade dos “privilegiados” do sector privado: procurar outro emprego ou criar o próprio.
Caro Fean
Vamos ser precisos:
- o único ano desde o ano 2001 em que os funcionários públicos tiveram um aumento real de salário foi em 2009. Nesse ano havia eleições. O aumento foi de 2,9%.
- Todos os anos a função pública perde mais e mais poder de compra, e no entanto os impostos e a despesa não param de subir. Um completo contra-senso.
- Os funcionários públicos já não estão acima das condições de mercado. Se a média de salários no Estado ainda é maior que no privado, isso deve-se ao simples facto de a grande maioria dos trabalhadores do Estado ser licenciada: médicos, enfermeiros, juízes, professores, etc;
- Os funcionários públicos já não têm emprego garantido. Apenas a Justiça e a Segurança continuam com Nomeação. Todos os outros passaram a contrato;
- Sobre o caso particular dos professores, espero que queira aplicar o mesmo principio ao todas as profissões: quantos desempregados é que não fariam o mesmo quase de graça. Experimente.
- Os desempregados estão de facto à mingua, mas isso não é contraditório com o facto de os funcionários públicos estarem a passar dificuldades.
Eu tenho reparado que ao longo dos últimos 11 anos, por mais cortes que se façam na função pública, para muitas pessoas eles nunca chegam. E a justificação é sempre a mesma. Quando vier o próximo corte o Fean vai dizer o mesmo que disse agora, e assim sucessivamente. Só quando os funcionários públicos trabalharem de graça é que eventualmente a claque ficará satisfeita.
P1- o único ano desde o ano 2001 em que os funcionários públicos tiveram um aumento real de salário foi em 2009. Nesse ano havia eleições. O aumento foi de 2,9%.
Folgo em saber que, pelo menos, neste ponto, concordamos.
P2 - Todos os anos a função pública perde mais e mais poder de compra, e no entanto os impostos e a despesa não param de subir. Um completo contra-senso.
– Os impostos não aumentam só para a FP aumentam para todos. Como disse anteriormente, já anteriormente ao aumento populista de 2009, que a maioria das empresas privadas não faz aumentos massivos.
Acha um contra-senso que a despesa aumente (com o consequente aumento de impostos) quando a massa salarial dos FP aumenta? Aumenta devido ao acréscimo do nº de funcionários públicos activos. Aumenta devido às promoções automáticas dos FP. Aumenta devido ao rácio de baixas “médicas” muito superior a qualquer empresa privada que força a contratar substitutos duplicando os custos. A despesa também aumenta devido ao nº de pensionistas, em que os FP, por durante muito tempo se terem permitido reformar mais cedo e com a totalidade do vencimento, representam o grosso dos custos.
Os aumentos de vencimento, para além do da inflação, deverão estar indexados ao aumento de produtividade das empresas e não apenas a uma mera evolução cronológica. Neste caso, como na empresa Estado a produtividade tem diminuído, seria normal os vencimentos baixarem.
P3- Os funcionários públicos já não estão acima das condições de mercado. Se a média de salários no Estado ainda é maior que no privado, isso deve-se ao simples facto de a grande maioria dos trabalhadores do Estado ser licenciada: médicos, enfermeiros, juízes, professores, etc;
– deixe-me lembra-lo que hoje em dia é difícil encontrar alguém que saiba ler, escrever e contar e que não seja licenciado. A massificação do ensino tem destas coisas. Por outro lado, são também FP os motoristas, os coveiros, os administrativos, as funcionários auxiliares, limpeza, etc, etc.
Se, por absurdo, no privado uma empregada de limpeza tirar uma licenciatura em medicina não vai receber mais por isso caso continue a desempenhar a mesmas funções. No caso da FP, ou pelo menos dos professores, penso que não é este o caso. Alguém é considerado como apto para dar aulas de matemática ao 10º ano apesar de não ter um curso superior na área e ganha menos do que um colega que tenha uma licenciatura ou um mestrado. Claro que este tipo de regulamentos estúpidos fez com que disparasse a aquisição de cursos superiores fáceis como o do nosso antigo primeiro-ministro. Mais uma razão para uma reforma profunda no Estado.
P4 – - Os funcionários públicos já não têm emprego garantido. Apenas a Justiça e a Segurança continuam com Nomeação. Todos os outros passaram a contrato;
Quantos ex-FP efectivamente engrossam a lista dos desempregados? Zero
P5- Sobre o caso particular dos professores, espero que queira aplicar o mesmo principio ao todas as profissões: quantos desempregados é que não fariam o mesmo quase de graça. Experimente.
- Esquece-se que actualmente já é comum despedir alguém com idade e com um vencimento mais elevado e substitui-lo por um jovem mais barato. Não defendo isto nem o entendo como justo, não posso é que alguém inteligente como o Levy que não está sujeito a estas medidas, estar a achar que a FP está a ser sacrificada em relação ao privado.
P6 - Os desempregados estão de facto à mingua, mas isso não é contraditório com o facto de os funcionários públicos estarem a passar dificuldades.
– Não quis entender o facto de que, quanto maior forem os custos do Estado (entre os quais a massa salarial da FP), maior será o número de desempregados
Eu tenho reparado que ao longo dos últimos 11 anos, por mais cortes que se façam na função pública, para muitas pessoas eles nunca chegam. E a justificação é sempre a mesma. Quando vier o próximo corte o Fean vai dizer o mesmo que disse agora, e assim sucessivamente. Só quando os funcionários públicos trabalharem de graça é que eventualmente a claque ficará satisfeita.
Engana-se. Ninguém no seu perfeito juízo disse que os FP devam trabalhar de graça. Têm é de entender que para haver professores em horário zero, ou qualquer outro funcionário a aquecer o lugar, tem de existir várias pessoas – muitas das quais ganham menos que eles – a pagar impostor para que eles possam continuar a receber vencimento em vez de procurarem outro emprego.
Acho que devem receber a preços de mercado e ter exactamente o mesmo regime laborar do privado. Mais, entendo que qualquer vaga na função pública, especialmente chefias, não deveria ser preenchida por carreirismo, mas deveria ser objecto de concurso onde poderiam concorrer qualquer cidadão. Tal e qual como qualquer FP pode concorrer a um anúncio de emprego numa empresa privada.
Para concluir devo dizer-lhe que é fácil perceber que estas medidas são insuficientes e, para poder dar algum oxigénio às empresas deste país, será impossível não proceder a despedimentos massivos na função pública. Os 100,000 avançados pelo Ministro pecam por defeito. Doutra forma, mais empresas irão falir, e todo o país - incluindo TODA a FP - irá colapsar.
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