quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ME vai despedir 20 mil professores

Nuno Crato foi, ao contrário de outros, um ministro que criou muitas expectativas e foi bem recebido pela generalidade dos professores. Passados quatro meses desde que iniciou funções parte da expectativa criada começa a esmorecer. O motivo é atendível: nada ou quase nada mudou nas escolas. A burocracia continua sufocante, a indisciplina não dá sinais de abrandar e a debandada dos professores mais experientes prossegue a bom ritmo. Nem a simples revogação da tralha pedagógica aconteceu. Inutilidades como os Projectos Curriculares de Turma, as reuniões intercalares, os planos disto e daquilo, continuam impávidos e serenos a consumir horas preciosas e gastar papel como se não houvesse amanhã. Mas percebe-se porque ainda não foram anuladas todas estas excrescências: o ministro da Educação tem tido outras emergências. Uma delas é a preparação do despedimento de 20 mil professores contratados.

4 comentários:

Luís Palma de Jesus disse...

Confesso-me perplexo com esta especulação. Geografia e História passam a ser irrelevantes? Nuno Crato que sempre defendeu as disciplinas relacionadas com o conhecimento... e que por vezes referia o mau exemplo de Geografia e História (porque tinham pouca existência na vida escolar dos alunos)...

No caso de Geografia, que já está no mínimo legal (90 minutos de aulas por semana!) na maior parte das quase 1200 escolas nacionais, um horário docente completo implica uma carga de 11 (!!) turmas.
Caso ocorra fusão com História como irá esta coisa funcionar?

José Gonsalo disse...

Nuno Crato pediu um ano para a mudança. E disse que, até lá, tudo iria manter-se quase como esteve até à sua tomada de posse.
A ver vamos, como diz quem não pode ver.

Anónimo disse...

Mas os funcionários públicos não têm o emprego garantido?
Faço ideia da comoção que se apoderaria do País e dos media se alguma empresa resolvesse despedir de uma assentada, 20000 trabalhadores!
F.G.

Anónimo disse...

Nenhuma empresa portuguesa tem 20.000 trabalhadores. A EDP no relatório e contas de 2009 nem aos 10.000 chega!... Os Privados em Portugal quando fecham a porta despedem todos; e muitas vezes com ordenados em atraso!
Em compensação nos 700.000 desempregados que existem em Portugal, nenhum deles foi despedido da Função Pública.
Não vale a pena insistir em espremer o Privado: o resultado está à mostra - já não há mais sumo!
Como é que se pode continuar a insistir que está tudo bem na Função Pública? Não há nada que funcione no Estado: hospitais, tribunais, repartições públicas, exército, ministério da agricultura, etc,etc,etc... E não vale a pena insistir que não funciona por falta de pessoal ou de dinheiro. Pessoal então é coisa que não falta em lado nenhum e os orçamentos também não... Foram as manobras de ilusionismo financeiro que nos trouxeram para este buraco.
Uma última nota: um imposto sobre os Privados altera as contas do Estado do lado da Receitas, enquanto que o Estado não pagar o 13º e 14º mês altera as contas do lado da Despesa. Mais diferente do que isto é impossível.
José