O chamado "caso Isaltino" se não fosse grave, era anedótico. Anedótico e original. Enquanto em casos parecidos os visados juram a pés juntos que são inocentes, este caso tem a originalidade de ser ao contrário. Isaltino admite tudo, com a maior das latas. O terreno em Cabo Verde aceitou-o por alegadamente lhe estarem gratos; as contas na Suíça são restos de campanha, e não as declarou por inconsciência; as fugas ao fisco na compra de casa, eram "normais" e toda a gente as fazia. Tudo normal e nada a declarar ou a regularizar. Ninguém explica a Isaltino Morais que não pode aceitar "presentes" estando em exercício de cargos públicos? E ninguém lhe explica que os restos da campanha eleitoral podem perfeitamente ser entregues a instituições do concelho ou devolvidos aos doadores? E já agora porquê a Suíça? Não há bancos em Oeiras? E finalmente alguém que explique ao Dr Isaltino que a fuga ao fisco é pura corrupção e que não se pode aceitar a desculpa esfarrapada de que "os outros também o faziam". Se faziam devem ser investigados e processados. Isaltino Morais toma-nos a todos por parvos e goza-nos porque sabe perfeitamente o país onde está. Está no país onde ninguém destas posições é preso.
segunda-feira, 30 de março de 2009
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2 comentários:
O caso Isaltino é um reflexo duma triste mentalidade prevalecente em Portugal, segundo a qual é herói quem não paga nada e é otário quem paga... :(
E isso começa no topo e estende-se até à base...
Falta-nos uma consciência de bem comum: se toda a gente descontar, as próximas gerações ficarão a ganhar. Ainda estamos a biliões de anos-luz dos escandinavos...
É verdade. O chico-espertísmo é muito bem visto por cá. Se não fosse, o sr Isaltino não diza o que diz.
O otário é quem paga, mas depois todos querem benefícios do Estado.
E quando o exemplo não vem de cima, ainda é pior. Mas de certa forma não pode vir, porque estes políticos são eleitos por gente muito permissiva em relação a estas práticas...
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