quinta-feira, 26 de março de 2009

Uma mentira repetida muitas vezes (nem sempre) passa a ser uma verdade


É penoso assistir diariamente à governação da educação em Portugal. Todos os dias se verificam no terreno as asneiras feitas pela tutela. E todos os dias se ouvem propagandear factos que pura e simplesmente não correspondem à verdade. O já muito falado Estatuto do Aluno não foge à regra.
Os objectivos anunciados eram o paraíso na terra: diminuir a indisciplina e o abandono escolar, reforçar a autoridade dos professores e aumentar o nível de exigência com os alunos. Tudo isto foi propagandeado aos quatro ventos. Os objectivos reais eram e são completamente diferentes. Tratou-se de criar um monstro burocrático, que mais não faz do que penalizar os professores pelas faltas dos alunos, para desta maneira, forçar a diminuição do absentismo e a melhoria das estatísticas. Não através da exigência para com alunos, mas sim através do laxismo que um estatuto destes provoca. O ME sabe perfeitamente que um estatuto impraticável vai fazer desaparecer milhares de faltas, porque sabe que se o estatuto fosse levado a sério, cada falta seria um inferno de burocracia e um chumbo na certa. Como os chumbos estão fora de questão, o sistema encarrega-se de fazer desaparecer as faltas. Melhoram-se mais uma vez as estatísticas, esse grande desígnio da governação socialista. Assim um estatuto que deveria ser exigente para os alunos e ágil para os professores, transforma-se num ágil para os alunos e num pesadelo para os professores. São estes os efeitos reais destas medidas.
Já em relação aos efeitos anunciados, não passam de propaganda, como se pode ler aqui. A palavra propaganda é a mais suave que se pode usar, porque poderiam ser usadas outras, como cretinice, mentira, trafulhice, etc. Para fundamentar a adjectivação, apenas duas simples perguntas à ministra da educação: que dados tem para fundamentar que as faltas estão a diminuir? e, desde quando (e como) faz o tratamento estatístico das faltas dos alunos?

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