Foi com esta desconcertante frase que Isabel Alçada se referiu às mais recentes trapalhadas ocorridas com a introdução da avaliação no concurso para colocação de professores contratados. Introdução essa que apanhou quase toda a gente de surpresa. Nomeadamente os professores que, de boa fé, aceitaram o acordo de um novo modelo de avaliação, e que agora não entendem como é que se utiliza o anterior, e que foi a maior das fantochadas.
Se os professores, agora surpreendidos, observarem bem o que aconteceu nos 4 meses de frutuoso trabalho negocial entre o Ministério e a Fenprof, talvez não fiquem tão abismados. Podem começar por olhar para as equipas negociais, que são do melhor que há. Pelo ministério, uma ministra sorridente que não tem a menor preparação para o lugar, e que é uma marioneta nas mãos do inimigo-mor dos professores, o primeiro-ministro. Pela Fenprof, alegados professores que não entram numa aula há anos e que usufruem das enormes vantagens do sindicalismo, incluindo a de serem pagos pela entidade patronal, o ministério da educação. A seguir, os enganados professores podem ver quem foram os principais beneficiados do acordo Alçada/Fenprof. Os socialistas aparecem na frente, pois conseguiram ficar muito bem na fotografia ao oferecerem benesses que já se sabe que um futuro governo irá tirar. Logo depois surgirão os aspirantes ao famoso "índice 370", muitos dos quais nem nas escolas estão e até se suspeita que andem pela Fenprof.
O que está a acontecer com os concursos mais não é do que um dos resultados do enorme prazer que a Fenprof tem em trabalhar com Isabel Alçada e vice-versa: Alçada consegue aquilo que o primeiro-ministro sempre quis; e a Fenprof obtém mais um motivo para fazer agitação e propaganda, que é aliás a sua especialidade.