Há que recordar que o ataque da Turquia foi em retaliação a um ataque da Síria a alvos na Turquia. Pelo contrário, o ataque de Israel não foi em retaliação a coisíssima nenhuma.
O ataque de Israel destinou-se a a impedir a passagem de armas para o Hezbollah
Isso é o que Israel argumenta (ou alguém por ele, creio que Israel não assumiu o ataque). Eu tenho sérias dúvidas. Mais provavelmente, o ataque foi uma manobra com o sentido de dar alento aos rebeldes sírios e fazer o regime baixar a bola. Há o interesse de Israel, e não só, de que o conflito perdure...
De qualquer forma, e mesmo que esse argumento fosse verdadeiro, não teria fundamento, por duas razões:
(1) Nenhum país tem o direito de atacar outro para impedir atividades que lá ocorram.
(2) O Hizbulah não é uma organização com intuitos agressivos, não dirige qualquer ação armada contra Israel a não ser em situações de autodefesa do Líbano, pelo que, as armas que adquire não se destinam a atacar Israel a não ser que este o ataque.
(1) Não brinque com as palavras. Não são 'actividades que lá ocorram'. Trata-se de transferência de armas para um grupo armado do Líbano - o Hezbollah - o que de acordo com a resolução 1701 do conselho de segurança da ONU é ilegal, pois essa mesma resolução prevê que o Hezbollah seja desarmado. Oficialmente a Síria ainda está em guerra com Israel, visto que não foi assinado nenhum tratado de paz entre os dois países. Assim se a Síria participa alegremente na transferência de armas para um grupo terrorista inimigo de Israel e essas armas se destinam precisamente a permitir ao Hezbollah atacar Israel, como o seu líder já várias vezes ameaçou, então Israel tem todo o direito a fazer um ataque como o que foi feito. Israel tem ainda todo o direito a atacar alvos militares onde decorram o fabrico de armas químicas. Dizer que Israel atacou a Síria é bastante exagerado. A IAF atacou uma instalação militar.
(2) Pois não. Só atacou Israel em 2006 e desencadeou uma guerra por causa disso. Quais serão os intuitos do Hezbollah?
Pelo que percebo da sua argumentação, o Luís Lavoura acha normal que o Líbano para além de ter um exército regular, tenha ainda grupos armados dentro do seu território.
O Hizbulah não atacou Israel em 2006. (Se bem me lembro) atacou um pedacinho de território chamado "quintas de Chebá" que é disputado por Israel, Síria e Líbano (todos os 3 países argumentam que esse pedaço de território é deles). E, mesmo nesse território, não fez um ataque em massa, salvo erro fez uma incursão em que matou 3 soldados. Do ponto de vista do Hizbulah, e do Líbano, e da Síria, trata-se de 3 soldados de uma força de ocupação de território que não lhes pertence.
Acho, sim, normalíssimo que, sendo o exército libanês notoriamente ineficaz a defender o seu país, haja lá uma milícia que o faça, felizmente com eficácia muito superior. Ao fim e ao cabo, os habitantes do sul do Líbano têm que ter algum enquadramento para se defenderem eficazmente, e esse enquadramento é fornecido pelo Hizbulah.
Lembra-se mal. Não atacou 'um pedacinho de território' atacou militares do IDF, o moshav Zar'it, a cidade de Shlomi e outras localidades. Tanto Zarít como Shlomi ficam em território israelita, que não está em disputa, nem é reivindicado pelo Líbano. 5 civis ficaram feridos.
O Hezbollah é que começou o conflito, com um ataque e não com a defesa de coisa nenhuma.
Luís Lavoura: a acção de Israel está permitida e autorizada pela Lei Internacional que permite o ataque em qualquer lugar para impedir o armamento de grupos terroristas sobre os quais vigora um embargo de armas.
8 comentários:
Há que recordar que o ataque da Turquia foi em retaliação a um ataque da Síria a alvos na Turquia.
Pelo contrário, o ataque de Israel não foi em retaliação a coisíssima nenhuma.
O ataque de Israel destinou-se a a impedir a passagem de armas para o Hezbollah, o famoso 'partido' libanês que tinha ficado de ser desarmado.
Os morteiros que saem da Síria em direção a Israel são o quê?
O ataque de Israel destinou-se a a impedir a passagem de armas para o Hezbollah
Isso é o que Israel argumenta (ou alguém por ele, creio que Israel não assumiu o ataque). Eu tenho sérias dúvidas. Mais provavelmente, o ataque foi uma manobra com o sentido de dar alento aos rebeldes sírios e fazer o regime baixar a bola. Há o interesse de Israel, e não só, de que o conflito perdure...
De qualquer forma, e mesmo que esse argumento fosse verdadeiro, não teria fundamento, por duas razões:
(1) Nenhum país tem o direito de atacar outro para impedir atividades que lá ocorram.
(2) O Hizbulah não é uma organização com intuitos agressivos, não dirige qualquer ação armada contra Israel a não ser em situações de autodefesa do Líbano, pelo que, as armas que adquire não se destinam a atacar Israel a não ser que este o ataque.
(1) Não brinque com as palavras. Não são 'actividades que lá ocorram'. Trata-se de transferência de armas para um grupo armado do Líbano - o Hezbollah - o que de acordo com a resolução 1701 do conselho de segurança da ONU é ilegal, pois essa mesma resolução prevê que o Hezbollah seja desarmado. Oficialmente a Síria ainda está em guerra com Israel, visto que não foi assinado nenhum tratado de paz entre os dois países. Assim se a Síria participa alegremente na transferência de armas para um grupo terrorista inimigo de Israel e essas armas se destinam precisamente a permitir ao Hezbollah atacar Israel, como o seu líder já várias vezes ameaçou, então Israel tem todo o direito a fazer um ataque como o que foi feito. Israel tem ainda todo o direito a atacar alvos militares onde decorram o fabrico de armas químicas.
Dizer que Israel atacou a Síria é bastante exagerado. A IAF atacou uma instalação militar.
(2) Pois não. Só atacou Israel em 2006 e desencadeou uma guerra por causa disso. Quais serão os intuitos do Hezbollah?
Pelo que percebo da sua argumentação, o Luís Lavoura acha normal que o Líbano para além de ter um exército regular, tenha ainda grupos armados dentro do seu território.
O Hizbulah não atacou Israel em 2006. (Se bem me lembro) atacou um pedacinho de território chamado "quintas de Chebá" que é disputado por Israel, Síria e Líbano (todos os 3 países argumentam que esse pedaço de território é deles). E, mesmo nesse território, não fez um ataque em massa, salvo erro fez uma incursão em que matou 3 soldados. Do ponto de vista do Hizbulah, e do Líbano, e da Síria, trata-se de 3 soldados de uma força de ocupação de território que não lhes pertence.
Acho, sim, normalíssimo que, sendo o exército libanês notoriamente ineficaz a defender o seu país, haja lá uma milícia que o faça, felizmente com eficácia muito superior. Ao fim e ao cabo, os habitantes do sul do Líbano têm que ter algum enquadramento para se defenderem eficazmente, e esse enquadramento é fornecido pelo Hizbulah.
Lembra-se mal. Não atacou 'um pedacinho de território' atacou militares do IDF, o moshav Zar'it, a cidade de Shlomi e outras localidades. Tanto Zarít como Shlomi ficam em território israelita, que não está em disputa, nem é reivindicado pelo Líbano. 5 civis ficaram feridos.
O Hezbollah é que começou o conflito, com um ataque e não com a defesa de coisa nenhuma.
Luís Lavoura: a acção de Israel está permitida e autorizada pela Lei Internacional que permite o ataque em qualquer lugar para impedir o armamento de grupos terroristas sobre os quais vigora um embargo de armas.
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