O semifracasso da manifestação de professores de hoje não se deve à falta de motivos de descontentamento, que existem e continuam a dominar toda a classe. A fraca mobilização tem outras origens, que só passam despercebidas a quem nunca põe um pé numa escola: cada vez menos docentes se reveem em sindicatos obsoletos e dominados pelo PCP (hoje havia música de intervenção a rodos no Rossio); os docentes do quadro opuseram-se a Lurdes Rodrigues e nem sempre viram os colegas contratados a opor-se na mesma medida; os professores contratos, que estão na situação mais precária, são os que menos veem os sindicatos a defendê-los; há 4 anos atrás a classe estava unida como nunca, mas a Fenprof foi a correr assinar um acordo com a ministra Alçada, que não trouxe benefícios para nenhum professor e que muitos sentiram como uma traição.
Estes e outros fatores têm vindo ao longo do tempo a minar a mobilização dos docentes e a instalar a ideia de que é cada um por si, visto que em momentos cruciais os sindicatos e outros colegas nunca lá estão. Foi o que se passou hoje: os anúncios de 18 mil professores contratados a caminho do desemprego não mobilizaram sequer os próprios para encherem o Rossio.
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