quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Já começaram a surgir os problemas

Durante os protestos contra a subida da TSU, os cortes nas fundações tinham uma legião de fãs. Não havia ninguém que não apoiasse a medida. Agora, abandonada a TSU e quando finalmente se começou a mexer nas fundações, já estão a surgir os primeiros problemas. Não demorará muito a começar a contestação do costume, com o conveniente apoio das oposições.
Basicamente tudo se resume ao mesmo de sempre: todos são a favor dos cortes, desde que sejam no vizinho do lado. Assistiu-se a isso com os funcionários públicos. Enquanto foram os únicos visados pelas reduções salariais, a medida teve amplo apoio. Quando tocou a outros, a coisa mudou logo de figura.

1 comentário:

Anónimo disse...


Caro DL,

Não tenho a mínima dúvida que partilhamos o príncipio de que que é absurdo estigmatizar os funcionários púlicos apenas por serem funcionários públicos.

Mas isso não invalida que se façam outro tipo de análises. Por exemplo as que têm por base os dados seguintes:

«Um cenário que contrasta com o ano de 2007, em que o número de funcionários per capita era o dobro da relação registada em Madrid ou Barcelona, segundo um estudo elaborado na altura pelo geógrafo João Sanches. De acordo com a análise, enquanto a Câmara Municipal de Lisboa tinha dez trabalhadores por cada mil habitantes, Madrid tinha apenas cinco. Já no Porto, a relação era de sete trabalhadores por cada mil habitantes.

Em 2008, a média de trabalhadores que trabalhavam em autarquias era ainda maior: 18,5 por mil habitantes. Um número que aumentou ainda mais no final de 2010, para 19,6. Na altura, a Associação Nacional de Municípios ANMP, justificava o aumento devido uma a descentralização de competências no sector da Educação, que obrigou os 112 municípios que acordaram esta transferência a absorver para a sua estrutura cerca de 11 mil funcionários, o que se reflectiu no número de trabalhadores. Segundo a ANMP, sem esta descentralização de competências já se estaria perante uma redução de funcionários. O concelho do Corvo, nos Açores, era o que tinha um maior rácio de trabalhadores por habitante. Com 40 funcionários para 430 pessoas, quase um em cada dez corvenses trabalhava na autarquia local. No extremo oposto estava Esposende, com uma média de 4,8 funcionários por cada mil habitantes.»

retirado daqui:

http://www.ionline.pt/portugal/camara-lisboa-contrata-jurista-quase-80-mil-euros

E o problema da redução do deficit passa inevitavelmente por:

a) reduzir os salários de todos os funcionários públicos;

b) despedir 150.000 a 200.000 funcionários públicos, mantendo o salários dos restantes. Esta solução foi a implementada na Irlanda.

Esta hipótese até pode não ser muito difícil de implementar se tivermos em atenção este dado:
«Em 2004, dez por cada cem funcionários faltaram sem apresentar justificação. No caso dos dirigentes, a média baixou para nove.» retirado de:

http://www.tsf.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=879756

José Miguel