"Quando uma coisa não corre bem, é rapidamente esquecida para que apenas a memória das boas imagens subsista intacta. O Magalhães começou a dar problemas, acabaram as sessões de entregas e avançou o silêncio. Qualquer pessoa conhecedora dos problemas do nosso ensino, das nossas escolas, da pedagogia do ensino básico, da nossa condição social, do tipo de problemas de manutenção e do ritmo da renovação tecnológica sabe do enorme desperdício que é o programa Um Aluno Um Computador naquelas idades e com aquelas ideias num ambiente que completa impreparação. Sabe que a maioria dos computadores distribuídos está longe, muito longe, de ter servido para qualquer dos objectivos pretendidos, porque à cabeça todo o programa era desadaptado, foi feito em cima do joelho para servir de propaganda governativa, e, daqui a um ano, tudo estará obsoleto e avariado. O dumping de um computador do Terceiro Mundo para um país europeu, que é o que significou o Classmate transformado em Magalhães, talvez permita vender os restos à Líbia ou à Venezuela, mas neste último caso já se percebeu que será quase a fundo perdido. Silêncio." Por José Pacheco Pereira, hoje, no Público.
sábado, 11 de abril de 2009
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