segunda-feira, 22 de abril de 2013

A austeridade chega a Israel

O novo ministro das Finanças, Yair Lapid.
O debate da primeira sessão de Verão da Knesset pode bem evidenciar a mudança que está a acontecer em Israel. Numa acalorada troca de palavras com os deputados haredim, o ministro das Finanças, Yair Lapid, anunciou ao que veio.
Os deputados haredim do Judaísmo Unido da Torá queixaram-se dos cortes orçamentais e Yair Lapid acusou-os de serem responsáveis pelo défice orçamental do Estado de Israel, acrescentando ainda que os haredim devem ser os primeiros responsáveis por sustentar o elevado número de filhos que têm  - e  não o orçamento do Estado -  e que Israel não lhes pertence.
Lapid esteve também debaixo do fogo da líder dos trabalhistas, Shelly Yachimovich, e da do Meretz, Zahava Gal-On. A primeira está contra qualquer corte, como é habitual quando os socialistas estão  Oposição, e a segunda porque estranha a demora da chegada da paz. Lapid pediu desculpa a Gal-On por não ter conseguido resolver um conflito com 150 anos na sua primeira semana enquanto ministro.
A discussão de hoje surgiu na sequência da apresentação por parte de Yair Lapid de um plano para reduzir os gastos do Estado de Israel. O plano, entregue esta segunda-feira ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, prevê cortes de 18 mil milhões de shekels (3,8 mil milhões de euros) na despesa. As principais áreas de redução dos gastos serão o sistema de defesa, os abonos de família, os salários dos funcionários públicos e os projetos de infra-estruturas. O plano de Lapid prevê ainda o aumento de 1% da taxa do IVA e o aumento de 1% da taxa de IRS para rendimentos superiores a 8 881 shekels (1877 euros).

3 comentários:

Luís Lavoura disse...

os haredim devem ser os primeiros responsáveis por sustentar o elevado número de filhos que têm

E não são? Quero dizer, não são eles quem lhes paga a alimentação e o alojamento? O Estado israelita só lhes paga a educação, não?

É claro que esta afirmação de Lapid faz sentido num país, como Israel, cujo problema demográfico é excesso, e não défice, de natalidade.

Luís Lavoura disse...

um plano para reduzir os gastos do Estado de Israel

Mas o orçamento de Israel não está praticamente equilibrado?

DL disse...

Não está. Em 2012 o défice foi de 4,2% do PIB.