Havia uma imensa claque que rejubilava sempre que os sucessivos cortes de salários atingiam os do costume: os funcionários públicos. Era o tempo dos funcionários públicos privilegiados, preguiçosos, malandros e outros os. Sempre que surgia um novo corte ou uma nova taxa, era vê-los a aplaudir.
Parece que agora vai calhar a todos por igual. Apesar de muito desagradável, o novo imposto sobre o Subsídio de Natal incidirá sobre todos os contribuintes - inclusive sobre os reformados da Caixa Geral de Aposentações que até hoje passaram pela bancarrota sem uma beliscadura. É o único aspecto positivo que tem: dar a provar o veneno à claque anti-funcionários públicos. Que lhe faça bom proveito.
11 comentários:
infelizmente alguns terão de engolir o que disseram.
O princípio da distribuição dos sacrifícios por todos é justo. Nem percebo como se pôde ser tão estúpido como os anteriores desgovernantes. Enfim...
Pena mesmo é o corte em si...
"Apesar de muito desagradável". É só isto que tens a dizer D. Levy?!...
Porra, alguém que dizia não querer deixar o país a pão e água, que não queria aumentar impostos, e sai-se com esta infâmia? Um perfeito aldrabão, mas no fundo, merecemos, melhor, merece quem votou neste tipo que faz regredir e viola a própria Constituição.
@ Dylan
Julgo que não preciso de dizer muito mais. Já nada me espanta e sinceramente para um país falido estava à espera de pior.
Isso da constituição é muito bonito, e tal, mas a verdade é que estamos falidos. Não é a Constituição, por muito bonita que seja, que cria riqueza. Há pessoas que ainda não perceberam bem o estado em os socialistas deixaram o país.
David,
Eu não estou a falar dos socialistas, aliás, já é um discurso estafado essa do "estado em que os socialistas deixaram o país". Eu falo das promessas de Passos Coelho, o que ele disse na campanha e não cumpriu, mentindo, ou achas que, se ele tivesse dito que iria cortar subsídios e aumentar impostos, ganharia?...
Estafado? Saíram de lá ainda nem tem um mês.
Não me lembro de ouvir Passos Coelho a prometer seja o que for. Dizer que 'os políticos prometem e depois não cumprem' é que é um discursos estafado.
Passos Coelho não foi muito específico no que ia fazer, mas disse sempre que o que vinha ai era muito difícil. Sobre o 13º mês em concreto não devia ter dito o que disse. Se não quisesse assumir os cortes, podia ter respondido qualquer coisa como: "espero que não seja preciso, e tudo farei para que tal não aconteça".
Não fique a pensar que eu vou andar com o Governo ao colo o tempo todo. Dou-lhe o benefício da dúvida durante algum tempo - que me parece ser normal e sensato - mas tendo sempre presente como comparativo a gestão ruinosa de José Sócrates e dos socialistas.
Bem, eu lembro-me de Passos Coelho prometer que não ia mexer nos subsídios de férias nem de Natal. Se ninguém se lembra, já é outra questão, até porque a memória nos pode pregar partidas ou até ser algo selectiva. Até adianto a data: 1 de Abril. Com certeza uma mentirinha inofensiva.
O corte vai tapar 0,7% do défice. Nada mau. No final do ano, quando o corte for na totalidade do subsídio, talvez se torne realmente desagradável.
De resto, também eu aplaudo a medida contra a claque anti-funcionário público. O ódio ao fp levou PS e PSD a ganhar eleições atrás de eleições. Só há uma coisa que me faz alguma espécie: veremos se no final desta legislatura ainda há funcionários públicos. Não se regozije tão cedo.
@ Cirrus
- Não estou a regozijar nada;
- No final da legislatura não haverá funcionários públicos, porque neste momento também já não há. O PS acabou com as nomeações definitivas para a esmagadora maioria dos trabalhadores do Estado. Dizer 'funcionários público' é apenas uma forma de dizer;
- Não leu o que escrevei sobre o Passos Coelho? Não devia ter dito o que disse sobre o subsidio de Natal. São esse tipo de atitudes que lhe vão minar completamente a base de apoio;
- Sobre a claque anti-PSD/PS/CDS também há muito a dizer. Essas pessoas que votam no PCP e no BE falam constantemente como se fossem umas iluminadas que vêem o que os outros eleitores não vêem. E estão constantemente a dizer que "avisaram", etc. Felizmente que não vamos ver como seria a governação do PCP e do BE. Havia de ser bonito...
Levy, realmente havia de ser bonito... Provavelmente conseguiriam ser piores que aqueles que nos governam desde o 25 de Abril... Aliás, vêem-se os resultados, três entradas do FMI em 30 anos. Muito bom. Nem eu quero outros!!...
Se revirmos aquilo que Passos Coelho disse sobre a questão dos subsídios de férias e de Natal - e ainda ontem, num telejornal, tivemos oportunidade de o fazer através da peça que passou na tv, aquando da sua visita à ES de Vila Franca de Xira - podemos constatar que ele afirmou que não iria acabar com nenhum deles. E, até agora, não acabou, que eu saiba. Aplicou-lhe um imposto extra, algo que, em geral, não disse que não faria, mas a que só recorreria se não houvesse outra recurso.
E como, infelizmente, não se pode renegociar as mentiras a que o sr. eng.º Pinto de Sousa sujeitou Portugal para além do último dia, não terá tido outra solução.
Para além disso, comparar o desrespeito à palavra dada demonstrado pelo actual primeiro-ministro (e eu, APESAR DE NÃO TER VOTADO NELE, ainda não vi nenhum) com o que se passou com o anterior chefe de governo, logo desde os primeiros dias, é ter ou uma memória muito, mas mesmo muito curta, ou... qualquer outra coisa menos confessável a querer fazer-se valer contra todos os factos.
Relembro os comentadores para as palavras de PPC em campanha eleitoral - farei tudo o que for necessário...
Ele disse tudo... quem é que se sente enganado depois disto?
De resto estou com o david - para grandes males, grandes remédios. Não quero é ver o meu país grego...
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