Há eleições em Israel na próxima terça-feira, mas o Jornal Público prefere o assunto do costume: os colonatos. De eleições apenas duas referências: os malvados dos ortodoxos não param de subir nas sondagens e o presumível vencedor [Netanyahu] foi o que mais construiu nos territórios ocupados. Segundo o sempre informado Público o seu governo terá batido o recorde de construções.
Mas olhando atentamente para os dados apresentados na notícia parece que não foi bem assim: em 2012 construiram-se casas para 6676 pessoas, em 2011 para umas 9 mil e em 2010 para 2 ou 3 mil. Nos três anos referidos, a média anual de construção de habitação na Judeia, Samaria e Jerusalém daria para albergar aproximadamente 6 mil pessoas. Acontece que segundo o Público, vivem nos territórios 500 mil israelitas, número que dividido pelos 45 anos que passaram sobre a Guerra dos Seis dias, dá uma média 11 mil novos residentes israelitas por ano. O Governo de Netanyahu construi casas para 6 mil. Muito longe de qualquer recorde.
Claro que estes cálculos não faz o Público, porque a contabilidade estraga os bons títulos que este jornal gosta de fazer. Não teria o mesmo impacto dizer "Netanyahu foi dos que menos construiu nos territórios ocupados" e menos ainda "Netanyahu foi dos que menos construiu na Judeia e Samaria".
4 comentários:
As contas apresentadas neste post parecem-me convincentes, mas o título do post, não. Netanyahu não terá sido aquele que menos construiu, quando muito construiu de acordo com a média. De facto, tanto quanto julgo saber, apesar de Israel já ocupar a Cisjordânia desde 1967, a construção de colonatos só começou (de forma substancial) muito mais tarde, cerca da década de 80. Por favor diga-me se não é assim.
A média é 11 mil, Netanyahu construiu 6 mil. Vou retificar o título.
David,
o meu comentário anterior estava errado.
De facto, a média que você faz, 11 mil, está correta. Mas, como os colonatos não foram construídos a partir de 1967 mas sim somente a partir de 198..., de facto construiu-se em média mais do que 11 mil por ano.
O que reforça a sua tese de que Netanyahu até terá sido daqueles que menos construiu.
http://cirrusminor-cirrus.blogspot.pt/2013/01/a-diaspora.html
Sem nada a ver, mas achei que iria gostar.
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