Se Portugal fosse um país normal José Sócrates teria sido levado à justiça por ter deixado o país chegar à bancarrota; mas como não é, o ex-primeiro ministro fará um regresso triunfal à vida política e ao local onde ela é mais confortável: o comentário político. Este regresso não é uma mera aplicação da liberdade de expressão do visado. É mais do que isso: é a total falta de decoro de alguém que, rejeitado pelos eleitores, se prepara para branquear a herança que deixou, agindo como se nada de grave tivesse feito.
António Guterres deixou o país num pântano, mas teve a decência de sair e de não voltar. Há mais de 10 anos que largou a vida política, aparecendo raramente e apenas em assuntos relacionados com as suas funções na ONU. Sócrates, que deixou uma herança incomparavelmente mais pesada, não tem um milésimo da decência de Guterres. Não a teve quando governou e não a tem agora ao tornar-se comentador precisamente quando os resultados da sua governação ainda se fazem sentir por todo o lado.
2 comentários:
Num País sem memória, nem vergonha, o que se pode esperar?
F.G.
Total falta de decoro de quem convida, de quem é convidado e sobretudo de quem consente.
I.B.
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