O Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, estará em Tel Aviv entre segunda e quarta-feira para explorar oportunidades de negócio no mercado israelita. Segundo fonte do governo, Portugal pretende promover o turismo religioso e «Israel é um dos principais mercados para o segmento específico do
turismo religioso que tem como motivação a Herança Judaica. Com 7,5
milhões de habitantes, caracterizados por um vincado hábito de viajar,
este mercado foi emissor de 3,1 milhões de turistas em 2011, com
receitas avaliadas em 3,8 milhões de dólares. Tem como principal destino
os Estados Unidos, sendo que a Europa tem vindo a ganhar quota».
Adolfo Mesquita Nunes lidera uma comitiva que inclui 18 empresas portuguesas que contactará com 80 profissionais do setor do turismo em Israel.
8 comentários:
Tratem bem o meu companheiro.
Acho deveras esquisito que judeus pretendam visitar Portugal por motivos religiosos. Quase não há herança judaica por cá e a que há é quase toda deveras recente.
Muito mais interesse em termos de herança judaica terá até a Alemanha (por exemplo a grande sinagoga em Essen). Em Portugal, coisa antiga só conheço uma casinhota que foi a sinagoga de Castelo de Vide.
Só a curiosidade de ver um Adolfo em Israel já seria notícia suficiente... Fora de brincadeiras, a herança judaica portuguesa é enorme, e a influência étnica e etnográfica judaica é particularmente assinalável em Trás-os-Montes e Beira Interior, onde toda a população tem ascendência judaica muito grande. No resto do país, e embora não haja grandes estudos sobre o assunto, penso que mais de 90% da população terá sangue judeu. Basta procurar nos apelidos e constatar que os mais usuais apelidos portugueses são de origem judaica. Eu tenho ascendência judaica directa, e é apenas um facto.
Para além de tudo isto, há a questão da moral judeo-cristã.
os mais usuais apelidos portugueses são de origem judaica
Segundo li recentemente num livro de Paulo Pinto, esta afirmação será disparatada, uma vez que os antigos judeus, quando se converteram ao cristianismo (tornando-se cristãos-novos), adotaram evidentemente apelidos cristãos o mais vulgares possível, com o objetivo de não poderem ser distinguidos, pelo apelido, dos cristãos-velhos. Ou seja, apelidos "de origem judaica" pura e simplesmente não existem em Portugal.
É claro que há em Portugal muitos apelidos judaicos (Abecassis, Cassuto, Levi, Assor, Azancot, Bensaúde, etc), mas esses são apelidos de famílias judias que se instalaram em Portugal muito mais recentemente, viz. a partir do século 19. Não são apelidos portugueses de origem.
mais de 90% da população terá sangue judeu
Eu não sei bem se o "sangue judeu" se distingue de qualquer outro.
A afirmação acima tem tanto sentido como dizer que "mais de 10% da população portuguesa tem sangue de D. Afonso Henriques". Parece-me evidente que o facto de qualquer um de nós ser descendente de D. Afonso Henriques ou não ser, ou de ser descendente de um judeu ou não ser, não é percetível na nossa maneira de ser.
Está bem , meu caro...
Se não sabe, eu digo-lhe que Santos, Silva, Pereira, Oliveira e muitos mais dos apelidos portugueses mais comuns são de facto de origem judaica, não etimologicamente, como seria fácil de perceber, mas por opção dos cristãos-novos aquando da constituição da Santa Inquisição em portugal, pela mão do Infante-Cardeal D.Henrique.
Quanto ao sangue judeu, não se distingue de nenhum outro, de facto. Tem hemoglobina, glóbulos brancos, vermelhos, etc. Como seria fácil de perceber, refere-se a ascendência e não a qualidade. De qualquer das formas, lá porque na raiz do nosso povo se misturem sangues (ascendências) lusitanas, mouras, judaicas e até godas, isso não faz de nós menos portugueses.
Estes são os disparates da nossa História. Não fui eu que os inventei. Mas se acha que são disparates, diga-o aos historiadores, não a mim. Eu sou só licenciado em História, não investigo.
Santos, Silva, Pereira, Oliveira e muitos mais dos apelidos portugueses mais comuns são de facto de origem judaica
Bem, Pereira era o apelido do Santo Condestável Nun'Álvares, que não consta que fosse judeu e que viveu muito antes da Inquisição...
Eu diria que todos esses apelidos não são judaicos. São apelidos que já eram vulgares em Portugal e que alguns cristãos-novos adotaram, precisamente para não levantarem suspeitas.
Não é muito diferente para o assunto em causa, ou será?
O facto é que a herança judaica vai muito para além da religião, é étnica e etnográfica, para além de e principalmente, moral. Desse ponto de vista, faz todo o sentido falar-se de herança judaica em Portugal.
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