As reformas dos bancários, assumidas pelo Estado como contrapartida pela transferência do respectivo fundo de pensões, vão custar 450 milhões de euros por ano e parecem estar deliberadamente a transformar-se numa trapalhada. O ministro das Finanças diz que não há problema porque esta despesa extraordinária está coberta pela adopção de medidas adicionais de consolidação orçamental.
Julgava-se que extraordinária tinha sido a receita - transferência do Fundo de Pensões - pois só ocorreu uma vez, e que a despesa anual com as pensões dos bancários seria ordinária, pois passaria a ocorrer sempre. Mas pelos vistos não: a despesa passou a ser chamada de extraordinária, para poder ser lamentada, carpida e usada como desculpa para novas medidas extraordinárias - por enquanto apenas venda de património e concessões - mas que na prática são ordinárias, pois fazem parte de todos os orçamentos.
Como é que se permite que o ministro Gaspar descaradamente use artimanhas linguísticas e malabarismos contabilísticos apenas algumas semanas depois da transferência do Fundo de Pensões é que não se entende.
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