A polémica entre o ministro da Defesa e os militares parece uma conversa de surdos. Os militares
declaram que estão muito indignados com o facto de não serem promovidos.
O ministro responde dizendo que quem não tem vocação para ser militar
está no sítio errado e deve sair.
A
indignação dos militares só se entende até certo ponto: o congelamento
de que sofrem é o mesmo que está a ser aplicado à Função Pública. Se
houver descongelamento das promoções nas Forças Armadas, também terá de
haver na restante Função Pública e vice-versa. O argumento da especificidade
da função militar não cola, porque os senhores militares não são mais
do que os outros. Ou há moral ou comem todos, como diz o despesista
Alberto João Jardim.
Quanto
à reacção de Aguiar Branco, ela é completamente despropositada. Por
essa lógica qualquer pessoa que critique o Governo é porque não tem
perfil para ocupar o determinado lugar. Já se está mesmo a ver onde é
que este argumento vai dar.
1 comentário:
O número de generais é uma perfeita escandaleira. Mas o dos restantes oficiais não lhe fica atrás. No quartel onde fiz o serviço militar obrigatório à minha frente formava uma companhia onde o número de oficiais, mais o de sargentos, era 4 - repito: quatro !!!! - vezes superior ao de praças mais os milicianos, e não estou a falar de uma companhia onde se fizesse rocket science militar...
É evidente que precisamos de forças armadas para tomar conta do que é nosso, especialmente a ZEE. Mas aquilo tem gente a mais e material a menos. Quanto ao senhor que veio fazer declarações em nome dos militares, agradeço ao Ministro que lhe tenha respondido como respondeu. Posso assegurar-lhe que durante o serviço militar obrigatório, nem teve conta o número de vezes que ouvi a expressão, dita pelos militares do quadro permanente aos milicianos e aos praças: "Só aqui estão porque querem!". A vida tem destas coisas, às vezes surpreende-nos com momentos de justiça poética...
A M
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