Tzipi Livni perdeu estrondosamente as eleições primárias do Partido Kadima e simultaneamente o papel de líder da Oposição. A derrota já tinha sido prevista, antevista e adivinhada. Havia motivos para isso: ao longo dos últimos quatro anos Livni liderou um partido que não é de direita nem de esquerda, que estava despojado do seu pai fundador, Ariel Sharon, e que sofria com o marasmo do processo de paz, quando foi criado precisamente com o propósito de o fazer avançar. Não é de admirar que quer a liderança de Livni, quer o próprio partido tivessem entrado em perda praticamente desde a vitória nas eleições legislativas de Fevereiro de 2009.
Mofaz surge assim o sucessor natural na liderança: já havia sido candidato nas primarias de 2008, sendo na altura derrotado por escassa margem, e contestou a liderança de Livni praticamente desde o início. O problema é que a vitória agora obtida pode bem ser a única que tenha. À sua frente tem a difícil tarefa de segurar os assediados eleitores do Kadima, não os perdendo para os seus partidos de origem, trabalhista e Likud, e muito menos para um eventual partido formado por Yair Lapid. Só depois disso poderá almejar a ser primeiro-ministro. Há quem diga que tal é impossível e que o melhor que poderá alcançar é um cargo de ministro num futuro governo de coligação entre Likud e Kadima. É o mais certo.
Desde a criação deste blogue que os leitores se habituaram a ver do lado direito o rosto de Livni desenhado sobre um fundo azul. A figura foi um ícone do Lisboa - Tel Aviv: Livni é uma apoiante do processo de paz e da solução de dois estados e é uma política decente. Não é coisa pouca na actual situação interna do Estado de Israel. Tendo em conta a nova realidade hoje criada, não se justifica manter o "Believni", pelo que o mesmo será retirado em breve. Pena.
6 comentários:
Calma... o mundo dá muitas voltas! E em política as ressurreições acontecem. Só em política. Abraço. JS
Quando ela ressuscitar eu volto a pô-la. Está prometido. Abraço
Mas como é que o Levy consegue apoiar o CDS e o Kadima ao mesmo tempo? Não é uma contradição?
Caro anónimo:
Faz uma boa pergunta. A resposta é não, não é uma contradição. Explico porquê:
- estou na ala esquerda do CDS e na ala direita do Kadima;
- o sistema partidário israelita está encostado à direita e o português à esquerda.
Tudo coincide.
PS: Gosto dos dois, mas prefiro o Paulo Portas à Tzipi Livni...
Olhe que falar consigo mesmo é sinal de abandono e demência.
@ António
Comentários como o seu têm o nome de psicologia da treta e revelam uma profunda má educação. Dispenso por isso as suas 'análises'...
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