"E a última [maioria absoluta], a que cessa proximamente, aliou à incapacidade habitual vícios de arrogância, de auto-suficiência e da prática de abusos insuportáveis, em tudo contrários a uma democracia.
Agravadamente, como está a ver-se com a insistência na concretização de obras que irão arruinar-nos durante muitos anos.
Não sou, hoje, favorável a maiorias absolutas de um só partido.
A experiência de mais de quatro anos do actual Governo revelou que no nosso País se mantêm, inalterados, os grandes problemas, perdendo-se assim uma ocasião decisiva para iniciar a inversão no nosso perigoso percurso de decadência.
O Governo simulou «mexer» em tudo, «propagandeou» em tudo, atabalhoadamente, as mais das vezes: raros foram os casos em que se resolveu bem um qualquer grande problema nacional.
Montou um monumental e dispendioso sistema publicitário, perante o qual o SNI de Salazar não passava de um simples «anão», para distorcer a verdade, mostrar obra inexistente, impedir a compreensão dos seus erros e ocultar as nossas reais e perigosas fragilidades; persistiu, para além do admissível, em medidas que acabariam por ser, em parte ou totalmente, inúteis em especial dos sectores do Ensino, da Justiça, da Administração Pública, das obras públicas, da burocracia e do combate à corrupção.
No que respeita ao plano das obras públicas o Governo revelou mesmo uma teimosia incompreensível e que pode arruinar as próximas gerações.
Sem a actual maioria absoluta não haveria uma casmurrice perigosa e indigna de gente sensata; nem os fenómenos de pequena perseguição, com um lugar privilegiado dado aos novos delatores, estimulados mesmo quando se trate de jovens; nem as tentativas de «domesticação» da comunicação social; nem a distribuição de benesses, de todas as dimensões, por um número cada vez maior de medíocres; nem o ostensivo ataque e a descredibilação permanente de diversas forças sociais, para facilitar a adopção de hipotéticas soluções políticas, como o que dirigiu aos juízes, às forças armadas, aos médicos, aos professores e às polícias; nem a protecção dada a uns modernos sabujos, horrendos como eram os que o Estado Novo promoveu, de diferentes méritos, origens e actividades, em busca permanente de ganhos fáceis.
Este Governo, no fim da legislatura, deixar-nos-á um Portugal mais empobrecido, mais desigual, menos apto para enfrentar os problemas que permananecem, desmobilizado e descrente, saqueado e farto deste concreto sistema político-partidário que até aqui nos conduziu."
p. 144-146, "Portugal que Futuro?" de Medina Carreira, Editora Objectiva
Não sou, hoje, favorável a maiorias absolutas de um só partido.
A experiência de mais de quatro anos do actual Governo revelou que no nosso País se mantêm, inalterados, os grandes problemas, perdendo-se assim uma ocasião decisiva para iniciar a inversão no nosso perigoso percurso de decadência.
O Governo simulou «mexer» em tudo, «propagandeou» em tudo, atabalhoadamente, as mais das vezes: raros foram os casos em que se resolveu bem um qualquer grande problema nacional.
Montou um monumental e dispendioso sistema publicitário, perante o qual o SNI de Salazar não passava de um simples «anão», para distorcer a verdade, mostrar obra inexistente, impedir a compreensão dos seus erros e ocultar as nossas reais e perigosas fragilidades; persistiu, para além do admissível, em medidas que acabariam por ser, em parte ou totalmente, inúteis em especial dos sectores do Ensino, da Justiça, da Administração Pública, das obras públicas, da burocracia e do combate à corrupção.
No que respeita ao plano das obras públicas o Governo revelou mesmo uma teimosia incompreensível e que pode arruinar as próximas gerações.
Sem a actual maioria absoluta não haveria uma casmurrice perigosa e indigna de gente sensata; nem os fenómenos de pequena perseguição, com um lugar privilegiado dado aos novos delatores, estimulados mesmo quando se trate de jovens; nem as tentativas de «domesticação» da comunicação social; nem a distribuição de benesses, de todas as dimensões, por um número cada vez maior de medíocres; nem o ostensivo ataque e a descredibilação permanente de diversas forças sociais, para facilitar a adopção de hipotéticas soluções políticas, como o que dirigiu aos juízes, às forças armadas, aos médicos, aos professores e às polícias; nem a protecção dada a uns modernos sabujos, horrendos como eram os que o Estado Novo promoveu, de diferentes méritos, origens e actividades, em busca permanente de ganhos fáceis.
Este Governo, no fim da legislatura, deixar-nos-á um Portugal mais empobrecido, mais desigual, menos apto para enfrentar os problemas que permananecem, desmobilizado e descrente, saqueado e farto deste concreto sistema político-partidário que até aqui nos conduziu."
p. 144-146, "Portugal que Futuro?" de Medina Carreira, Editora Objectiva
7 comentários:
O Media Carreira gosta de se fazer passar por "anarquista" que não tem ideias de nada nem diz nada de jeito, apenas tem jeito para escrever com uma retórica capaz de doutrinar meia dúzia de papalvos. Metade do que ele diz, aliás não passa de alarmismo mediático. Um livro que não passa de uma chamada de atenção
Grande escrito.
@ Daniel
De facto é. Medina Carreira é das poucas pessoas lúcidas que há em Portugal. Há anos que o oiço alertar para uma série de coisas, ano após ano os seus alertas verificam-se.
Medina Carreira foi das primeiras pessoas a criticar o endividamento galopante e a fraca qualidade do nosso sistema político. Claro que no nosso país, onde os interesses instalados dominam, ninguém quer ouvir falar disso, como também não querem ouvir quando ele denuncia a incompetência descarada do 1º ministro ou a situação de ruína em que estão as nossas contas públicas.
Normalmente é apelidado de "pessimista" e os que o citam também não são poupados a adjectivos.
A única pessoa doutrinada por aqui é o sr Pedro, que repete até à náusea, o que lhe mandaram lá no PS.
Todos os blogues têm alguém do PS a distorcer factos, a mentir, e a insultar que discorda do Sr. Sócrates. É o polvo socialista a funcionar.Lamento Levy que os tentáculos já aqui tenham chegado.
Carla
A mim ninguém me manda fazer nada Carla, e ao contrário de si, enquanto professora, e de muitos outros professores, não tenho nenhum tipo de desejo de vingança que me cega o espírito e me deixa incapaz de fazer uma decisão acertada e racional para o futuro do meu país - alguns profes, em vez de procurarem vingar-se do PM deviam colocar as mãos à consciência e pensar no país e não só neles. É só isso que tenho a dizer. Quanto ao Medina Carreira, como disse, é mais um dos ressabiados deste país que repete incessantementeo seu discurso alarmista (e falso) na procura vã de endrominar os portugueses a acreditarem nas suas mentiras para retirar de lá o PS, o mesmo partido que o pôs a andar pelas suas ideias anarquistas, pequeninas e idióticas. Que como eu disse só doutrinam meia dúzia de idiotas, que ou querem vingar-se do PM, ou querem tirar partido político da sua queda. É esse o estado da oposição em Portugal. E se pensa que me mandam fazer ou dizer alguma coisa, está redondamente enganada, digo aquilo que quero e penso. Ninguém me cala.
Caro Sr Pedro,
Não sou professora e nem funcionária pública. Se o fosse, escreveria a mesma coisa.
Pela forma como falou desse assunto dos professores, sem ninguém estar a falar nele, e pela forma sectária como defende o sr Sócrates, das duas uma, ou há ai algum interesse inconfessável, ou trata-se de pura paranóia. Como não o conheço de lado nenhum, estou mais inclinada para a segunda hipótese. Estive a ler os seus comentários, e denoto que a sua conversa denota claramente um desajustamento. Procure ajuda que isso tem cura.
Sobre o facto de não o calarem, julgo que ninguém o quererá calar, pois os seus comentários, tal como os meus, são sujeitos a uma aprovação prévia.
Sobre Medina Carreira, chame-lhe o que quiser, mas só lhe chama isso, porque ele legitimamente critica o Governo. Já se tornou um hábito em Portugal, quem se opões ao Governo é insultado e apelidado de tudo e mais alguma coisa. Tiques de gente pouco democrática.
Passe bem.
Carla
O Pedro então é a antítese do Medina, é um iluminado que nos vai guiar no Futuro que Portugal. Temos Pedro o Pequeno
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