segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Taxa de estúpidos

Jorge Lacão está no programa da D. Fátima Campos Ferreira a debitar a cassete do costume: a culpa é dos malvados mercados financeiros, mas, pasme-se, a descida das taxas verificada nos últimos dias deve-se "à acção do governo".  A doutrina é sempre a mesma: se sobem, a culpa é das forças ocultas, se descem, a responsabilidade é da boa governança socialista. É impressionante como é que ainda há 32% que votam no PS. Deve ser essa a taxa de estúpidos que vive em Portugal.

15 comentários:

Ramiro Marques disse...

Metem nojo. Eu não consigo vê-los.

ablogando disse...

Nessa percentagem incluem-se os boys. Que, na capoeira em que o PS transformou o país, se reproduzem como coelhos para benefício de quem os cria.

DL disse...

Nem eu. Cada vez que os vejo fico enervado.

Cirrus disse...

Levy, nunca votei PS. É partido que nunca me agradou. Independentemente disso, e de todas as asneiras que Sócrates perpetra, e são efectivamente muitas, nunca, mas nunca chamaria estúpidos a 32% da população do meu país apenas porque têm uma visão política diferente da minha. O que não quer dizer que muitos não o possam ser. Mas é um terço dos votantes, e duvido que todos sejam chulos ou estúpidos. Peço desde já desculpa, mas acho de mau gosto. Divide mais do que une, diverge mais do que convence. Mais uma vez, as minhas desculpas.

DL disse...

Caro Cirrus

Todos nós temos direito a desabafo. Considere esta posta como tal. Lamento se feri alguma susceptibilidade, mas para quem como eu vê todos os dias o que os socialistas fazem a Portugal, chamar estúpidos aos seus eleitores, para desabafo, até que não está mal.

NanBanJin disse...

Meu velho Levy:

Chamas-te os bois pelos nomes, e chamaste-os muito bem!

Por sinal ninguém nas fileiras daquele partido tem a menor vontade de falar sobre que aconteceu aos principais sectores industriais e produtivos do país ー e isto bem, bem antes de termos a famosa crise e de nos atirarem a poeira dos "mercados" para olhos:
e que tal perguntarmo-nos sobre o que 'terá acontecido' nas últimas décadas aos texteis e à indústria do calçado? o que aconteceu à generalidade das indústrias 'pesadas' de que o país em tempos dispôs e que eram fonte de riqueza e orgulho nacional? o pouco (que era muito!) que possuía de indústria automotora própria, manutenção naval, maquinaria industrial, Indep, etc.?, onde foi tudo isto parar nos últimos dez, vinte, trinta anos?
Será porventura assim tão difícil de perceber que o verdadeiro problema de Portugal, hoje, não está em qualquer défice ou nos tais "mercados" mas sim na produção, isto é na RECEITA? — porque o país Portugal há já algum tempo que pur'e simplesmente deixou de possuir quaisquer meios capazes de gerar RIQUEZA suficiente para fazer face às suas reais necessidades de financiamento. Essa é que é essa, e por sinal ninguém quer falar do assunto.

Meu Grande Abraço,

Luís Afonso, NBJ, Japão

Anónimo disse...

O problema já não é só a estupidez, é o masoquismo. Só sendo masoquista e adepto do quanto pior melhor, é que se pode apoiar o desastre que é o governo de Sócrates.
F.G.

Anónimo disse...

Depois de consultado o dicionário merecem bem o epíteto esses 32% que me fazem passar por isto. O PEC e similares deviam ser exclusivamente para ELES !!!!

Cirrus disse...

Levy, penso que tem razão. Há, no entanto, para mim, uma linha que não piso, que é a de confundir os paspalhos que nos governam com o povo português, mesmo aquele que neles vota. Podem ter uma ideia ou ideologia diferente da minha e da sua, e só por isso não quero acreditar que são todos estúpidos. Até porque em 36 anos de democracia oscilamos sempre entre o mau e o péssimo em termos de políticos. A questão permanece: as alternativas são tão más, pouco piores ou pouco melhores.
A sensibilidade que feriu não foi a minha, pois nunca votei PS. Penso até que terá sido o único partido em que nunca votei. Mas amanhã pode estar no poder um partido em que eu tenha votado.

DL disse...

@ Afonso

Aqui em Portugal ninguém está a discutir esses pertinentes assuntos. O PS apenas se limita a intoxicar a opinião pública com balelas e desculpas de mau pagador. São todos culpados menos eles. E não saímos disto.
Continuo à espera do dia em que o Estado Português vai entrar em incumprimento, e eu e milhares de pessoas ficaremos sem salário. Daqui até à Argentina é um passo. Estúpidos é o mínimo que lhes posso chamar. E só não lhes chamo outra coisa, porque há alunos meus que vêm aqui ler isto...

Abraço :)

RioD'oiro disse...

"mas nunca chamaria estúpidos a 32% da população do meu país"

Eu percebo o Levy.

Imagine-se que a coisa se perpetua e acabamos como a Venezuela. Será que, já no buraco negro, esses 32% da população se pergunta "como foi possível termos sido tão estúpidos?"?

Eu não vejo a democracia sem a responsabilidade política de cada um pelas decisões que toma. Se assim não for parece-me pior porque parecerá então que esses 32% serão inimputáveis ... o que ...

Mas, evidentemente, posso estar a ver mal.

Cirrus disse...

Rio,

e se me permite o Levy, falou que poderemos cair como caiu a Venezuela, o Levy falou na Argentina... É relativo, e aqui se falou de países governados por partidos de esquerda. E que não estão em situação fácil. Embora não me conste (para já) que a Venezuela tenha ruído, embora acredite nessa possibilidade.
Mas, o que dizer de países-paradigma? Falo de países dominados pela direita, com ideologias próximas do Liberalismo tão próprio de Passos Coelho? Sim, esses, a Irlanda (falência), a Islândia (bancarrota total) , a própria Inglaterra... Porque insistimos em olhar apenas para um lado da moeda? Custa admitir que aquilo que queremos para Portugal pode ter resultados tão nefastos? Pois, admito que sim, mas olhe, custa a todos, incluindo aos 32%...

RioD'oiro disse...

Caro Cirrus,

"Custa admitir que aquilo que queremos para Portugal pode ter resultados tão nefastos? Pois, admito que sim, mas olhe, custa a todos, incluindo aos 32%..."

O capitalismo e os mercados padecem de oscilações que afectam periodicamente milhões de pessoas por esta ou aquela razão que não vêm ao caso. O capitalismo não é um sistema perfeito, como a democracia não o é. Um e outra são apenas os melhores que o bicho homem conseguiu até agora parir. Por alguma razão subsistem inequivocamente sobre as alternativas.

Cirrus disse...

Rio,

Apesar de lhe reconhecer a legitimidade de argumentos, não esqueça, como hoje em dia é comum, que capitalismo e democracia são coisas muito diferentes e nada tem que ver uma com a outra. Um é um sistema económico, e o outro um sistema político. Evidentemente, esta é uma confusão muito em voga, também porque quem mais ganha com os "mercados" insiste na ideia que a democracia só pode existir no capitalismo. Perante o que temos testemunhado, que é o sacrifício da democracia aos mercados, tenho realmente muitas dúvidas. Para estes olhos não atiram eles areia. Até porque as alternativas capitalistas de hoje vão exactamente dar num outro sistema económico que durou séculos e morreu de velho: o feudalismo.

RioD'oiro disse...

Cirrus:

"capitalismo e democracia são coisas muito diferentes e nada tem que ver uma com a outra."

Será. Mas a democracia só vive em capitalismo e não o contrário.