"Nunca se interrompe um processo a meio de um ano lectivo, é básico." Isabel Alçada, ontem quando carpiu a suspensão do sistema de avaliação de professores. Esta frase é equivalente à frase do défice proferida pelo primeiro-ministro há muitos meses atrás, e demonstra a completa falta de vergonha no corpo todo que mina o conjunto de lapas que governa o país.
Isabel Alçada queixa-se que lhe interromperam o processo a meio, logo a ela que pertence a um Governo que não fez outra coisa que não seja interromper, alterar, mudar, anular e corrigir estatutos, regras, normativos, leis e despachos. Estatutos da Carreira Docente foram três, Estatutos do Aluno dois, modelos de avaliação de professores dois, mais uma versão simplificada, roubos do tempo de serviço dois, acordo com sindicatos rasgado um. Entraram professores titulares, saíram professores titulares, entraram provas de recuperação, saíram provas de recuperação e entraram os PIT's, etc etc etc. Tudo isto a meio de anos lectivos, sem que isso tivesse causado o menor incómodo às equipas ministeriais.
Espera-se que Isabel Alçada passe rapidamente para o conjunto das ministras interrompidas, que acabe este longo pesadelo que foi o consulado socialista à frente dos destinos da educação e que a pasta possa ser ocupada por alguém competente e com um mínimo de lucidez e de bom senso.
6 comentários:
Já passou a esse lote. Se o ridículo matasse, caía redonda.
Cirrus:
Que o ridículo não mata, prova-o a eleição de Sócrates como secretário-geral do PS, sete anos atrás; a sua permanência como primeiro-ministro desde há seis; a sua reeleição para esse cargo, em 2009; e, finalmente, a sua mais que prevista reeleição, hoje mesmo, como secretário-geral dos socialistas. Se o ridículo matasse, nem o PS nem os seus militantes existiriam já.
David Levy:
Bom textículo! Vou recomendá-lo. Quanto a alguém mais competente, espero que sim. Mas sentado.
David Levy
Um texto de antologia. Certeiro como uma seta lançada pelo Rei David.
Foi esse desastre na educação com o "coito" a meio. Imaginem se fosse ininterruptus... A que climax chegaria a educação?
Bem, fiquemos por aqui nestas metáforas.
Caro Joaquim, falo do ridículo das pessoas, mas não tenho veleidades de atacar decisões tomadas de forma democrática. Cada um escolhe aquilo que pensa ser o melhor. Eu penso de uma maneira, com certeza o Joaquim pensa de outra e outros de outra ainda diversa. Não é razão para pôr em causa a democracia dessa forma. Se Sócrates for reeleito (parece que já foi), provavelmente é porque os militantes do PS gostam dele e das suas visões para o país. Cabe aos restantes apresentarem as suas ideias e combater democraticamente Sócrates. Pelo que vejo, parece-me que infelizmente corremos o risco de aturar o gajo por mais tempo. Ou pior do que ele, que é difícil, mas possível, como prova Passos Coelho tão bem...
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