segunda-feira, 28 de março de 2011

O melhor é ignorá-lo

De cada vez que uma das maiores obsessões nacionais - a avaliação dos professores - vem à baila, Miguel Sousa Tavares vem a terreiro malhar nos professores. Foi o que acabou de fazer na SIC, no seu habitual espaço de defesa do Governo comentário semanal.
Mais uma vez voltou a dizer que os docentes não querem ser avaliados, fundamentando esta conclusão com o facto de a maioria dos professores ser membro  da Fenprof. E como se isso não bastasse, repetiu novamente as outras  mentiras do costume: que a avaliação permite diferenciar os professores e que isso fará com que os melhores professores ganhem mais. 
Sousa Tavares parece que  não querer perceber três simples factos:  1º que o modelo que tanto defende, classificou com "Bom" ou superior 99,5% dos professores; 2º que não há um único professor que tenha recebido mais um cêntimo por ter "Muito Bom" ou "Excelente"; e 3º  que este sistema, que não altera um átomo nas aulas, faz os professores perdem horas infindáveis a preencher grelhas e a observar evidências escritas no eduquês mais retinto que há.
Como não quer perceber, se calhar o melhor é ignorá-lo. A ele e ao Emídio Rangel, outro paladino da avaliação.

4 comentários:

DL disse...

Blogger Cirrus disse...

Eu já o faço... Há muitos anos!

29 de março de 2011 01:29
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Anónimo disse...

O grande problema é que essas duas pérolas, uma no estilo "bad cop" e outra no de "good cop", têm um espaço que os que não são pérolas não têm, porque a marginalização sem pudor continua.
Se nos calamos, eles frutificam, pois são pérolas e das maiores.
O melhor é continuarmos a desmascará-los, não lhes deixando o terreiro desabitado.
Uma dupla...maravilhosa.

Henrique FM

fiat lux disse...

Há ali qualquer coisa que ultrapassa a simples opinião política, é uma raiva muito instalada que não se vê nos outros assuntos que comenta. E não me parece que vá mudar e vir a admitir que o sistema não só não funciona como é perverso para o ensino. Se já percebeu que apenas serve para afunilar os vencimentos, poupar dinheiro e dividir os professores, podia ao menos defender um esquema mais simples e funcional. Mas já foi longe demais para recuar.

O Sokas e a Lurdinhas até de aliados ou indiferentes fizeram inimigos e ele bate palmas, mesmo não sendo um cronista do regime. Gostava de o ler e ouvir, mas com este processo percebi que muitas vezes as opiniões são meramente emocionais e não fundamentadas em factos. Isto para um jornalista...

RioD'oiro disse...

Deviam dar-lhe uma turma das 'boas', daquelas cheias de multiculturalismo africano de gajos que nunca botaram os calcantes em África. Matemática ou termodinâmica.