No dia 14 de Maio assinala-se o aniversário da fundação do Estado de Israel. Sessenta e três anos depois do regresso triunfante dos Judeus à sua terra ancestral, o país que fundaram é um extraordinário caso de sucesso a nível económico, político e militar.
A nível económico Israel alcançou progressos assinaláveis e hoje ocupa o 15º lugar a nível mundial no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU - uma proeza conseguida num país sem recursos naturais, implantado num território semi-árido e rodeado de inimigos por todos os lados. A economia israelita foi a primeira a sair da recessão de 2008, e atingiu taxas de crescimento da ordem dos 4,5% em 2010, que culminaram com espectacular crescimento de 7,8% no último trimestre do ano. Muito desse crescimento está assente no sector exportador, no qual os diamantes lapidados, a informática, as telecomunicações e a engenharia aeroespacial têm sido determinantes.
Do ponto de vista político, é assinalável o facto de, 63 anos depois de David Ben Gurion ter lido a declaração de independência, Israel ser uma democracia parlamentar de tipo ocidental, assente numa enorme variedade de partidos e onde o poder judicial é independente do poder político. A Knesset – Parlamento – é de tal maneira representativa que nela têm assento partidos árabes que se opõem à própria natureza do Estado de Israel – um estado judaico e democrático.
O sucesso militar é dos três o mais surpreendente, pois contra todas a probabilidades as IDF – Forças de Defesa de Israel – têm conseguido defender o país das constantes ameaças a que tem sido sujeito. Foi assim nas guerras de 1948, 1956, 1967, 1973, 1982, 2006 e 2009. O IDF é o único exército que não pode falhar a sua missão. Com os seus 187 mil membros, é não só um dos exércitos mais sofisticados e bem treinados do Mundo, como um pilar dentro da diversificada sociedade israelita. Com raras excepções, todos os cidadãos cumprem serviço militar, incluindo as mulheres.
Apesar dos êxitos e avanços que alcançou a nível interno, o moderno Estado de Israel continua no centro dos conflitos que há mais de seis décadas dilaceram o Médio Oriente. No plano externo os problemas que hoje enfrenta não são muito diferentes dos do passado: ainda vive rodeado de vizinhos hostis; continua a correr o risco de existência e não é reconhecido pelos árabes da Palestina.
Apesar da paz assinada com o Egipto e Jordânia, o mesmo não aconteceu com a Síria, Iraque e Líbano, cuja situação permanece inalterada em relação a 1948. A agravar a situação, depara-se com Irão claramente hostil e ameaçador, e com aliados como a Turquia a agir como se não o fossem.
De todos os problemas que Israel continua a enfrentar, o dos palestinianos é sem dúvida o mais complicado de resolver. Apesar de haver algum consenso interno relativamente à necessidade de criação de um estado palestiniano nos territórios da Judeia e da Samaria, tal hipótese tem-se revelado difícil de alcançar. O motivo é o mesmo de sempre: os palestinianos continuam a não reconhecer Israel. Entre 1948 e 1967 viveram sob administração jordana e egípcia, sem que a formação de um estado nesses territórios fosse sequer considerada. Depois de 1967 entregaram-se ao terrorismo (aceitando a OLP como única representante), desperdiçaram a janela de oportunidade proporcionada pelas conferências de Camp David (2000) e de Taba (2001), e acabaram a votar maciçamente no Hamas – organização terrorista que não aceita a existência de Israel.
Todas as decisões que os palestinianos tomaram – e que têm sido ruinosas para a sua aspiração independentista – só têm reforçado aqueles que em Israel se opõem a um estado palestiniano. As conversações de paz destruíram a esquerda israelita e reforçaram os sectores mais radicais, em grande parte porque cada passo que Israel dava no sentido da paz – nomeadamente na desocupação de territórios – os palestinianos respondiam com atentados, violência e mais recentemente com o disparo sistemático de centenas e centenas de mísseis.
Apesar das dificuldades no processo de paz, Israel é um sonho feito realidade, e um exemplo de um país que venceu enormes obstáculos e se tornou num oásis de prosperidade num Médio Oriente de pobreza e de atraso. Israel é por isso um país com futuro, que será tanto melhor se a paz e a segurança um dia forem alcançadas. Mazal tov Israel!
3 comentários:
Os palestinianos cavaram um buraco para enterrar os israelitas, só que caíram lá dentro e não parecem ser capazes de lá sair.
F.G.
parabens ao povo de Israel,é um exemplo, bem podiamos tentar copiar ao menos um bocadinho!!!!1
cotovia
Israel, sentado no monte Sião, vejo a transformação do deserto, a aridez deu lugar às tâmaras. Apesar da fragância das inúmeras flores, ainda se sente o cheiro a sangue e o ódio dos vizinhos que dura há 63 anos. Vislumbro os catos de espinhos bem afiados, associo-os ao sofrimento do povo judaico, à diáspora, ao holocausto. A fé e os 3500 de história judaica coabitam com o inegável progresso sócio-económico do país. Mas o sonho de uma pátria não acaba aqui, é necessário apoiar a criação de em estado palestiniano, mais uma democracia no Médio Oriente, para que a estrela de David ilumine o caminho da liberdade, da justiça e da paz.
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