Numa sondagem publicada hoje pelo jornal Yedioth Ahronoth, 60% dos professores israelitas dizem-se vitimas de violência dentro das escolas. Segundo o jornal, o resultado da pesquisa demonstra que a violência dos alunos sobre os professores é galopante: 56% queixam-se de ter sido vitimas de violência verbal, 50% referiram que se sentem impotentes perante a indisciplina dos seus alunos, 30% já presenciaram violência física contra outros professores da escola, e 38% teve conhecimento de actos de vandalismo dirigido a colegas. Outro dado perturbador é que 31% dos professores declarou ter medo de apresentar queixa junto da polícia ou do Mistério da Educação.
Perante estes dados o líder da União Nacional de Professores, Ran Erez, já veio exigir punições mais duras contra os alunos que exerçam violência sobre os professores.
Recorde-se que a propósito deste assunto, o ministro da Educação, Gideon Sa'ar (do partido Likud), declarou a indisciplina como o principal alvo do seu gabinete, tendo no início do seu mandato elaborado uma série de directivas para atenuar o problema.
A onda de violência que se espalha pelas escolas só vem demonstrar que o sistema educativo israelita é cada vez um paradoxo dentro do país. Enquanto todas as outras áreas (incluindo o Ensino Superior) se destacam a nível mundial pela sua excelência, a educação básica e secundária fica em lugares modestos a nível global e em muito má posição quando comparada com outros países do mundo ocidental.
A questão dos professores é apenas um dos muitos aspectos que contribui para isso. Esta classe profissional enfrenta não só a violência dos alunos, como tem os ordenados mais baixos do país e não possui qualquer tipo de carreira. A juntar a isto, ainda o facto de não ser necessário qualquer tipo específico de estudos para se poder ser professor. O que por si só já é o bastante para menorizar os professores perante alunos cada vez mais indisciplinados.
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