terça-feira, 16 de junho de 2009

Neo-comunista

Francisco Louçã em entrevista ao Jornal i, deixou escapar algumas pérolas sobre o melhor do pensamento neo-comunista do Bloco de Esquerda.
Sobre soluções governativas, afirma muito democraticamente que "o PSD não pode ganhar as eleições" e que "não faremos uma coligação com o Partido Socialista". Presume-se por isso que já se imagina o grande líder lusitano....
Em relação à economia, Louçã defende "a nacionalização dos sectores estratégicos", sem especificar muito bem o que são, e que "a regulação e a supervisão são um fracasso". Por isso, tudo nacionalizado que é para não haver prevaricação nem vícios, e para a regulação passar a ser desempenhada por um bloquista virtuoso.
Nas questões internacionais, defende a saída de Portugal na NATO; julga sem qualquer pudor Durão Barroso (e outros) como "criminosos de guerra"; e critica a "visão sionista do controlo do Médio Oriente". Sobre esta última, mais não disse mas adivinha-se o que quis dizer: por Louçã, o Estado de Israel seria substituído por uma República Islâmica do Hamas.
Estas ideias, misturadas num discurso moralista, populista e justiceiro, correm o risco de se tornar pensamento dominante em Portugal. 35 anos depois do 25 de Abril, a liberdade é de novo questionada e ameaçada.

8 comentários:

Anónimo disse...

O BE é uma criação da miserável – porque é mesmo muito fraquinha – comunicação social portuguesa. Durante anos a fio, foi impossível assistir a um debate, ou a um programa regular de TV, onde não pontificasse um sacerdote do BE, com prejuízo grave (e sou isento nesta apreciação) do PCP e menos grave do CDS.
Os bloquistas não passam de um bando de meninos família (de famílias do centrão), e foi assim que conseguiram o acesso a esses tempos de antena, neste país de cunha e compadrio: através do amiguismo e da influência rasca. Nunca tiveram de procurar emprego através de um concurso, e seria muito interessante dar a conhecer como é que o Louçã & C.ia, obtiveram os lugares de professores, tendo em atenção o artigo da Constituição que regulamenta o acesso à função pública...
Até hoje nunca foram confrontados – jornalisticamente – com temas simples mas esclarecedores e, como eles gostam de referir, fracturantes. Por exemplo:
1. como pretendem lidar com a criminalidade e, especialmente, com as vítimas da criminalidade, desde o crime do colarinho branco ao pilha-galinhas?
2. o que é que pensam sobre as penas de prisão para os casos anteriores, e sendo a favor da educação e reinserção do criminoso, estão dispostos a acolher em sua casa criminosos como violadores, assassinos, só os do colarinho branco, nenhuns?...
3. são a favor do mesmo tipo de restrições ao consumo de tabaco, de haxixe, de marijuana e de todo o tipo de drogas?
4. são a favor da obrigatoriedade do despiste de álcool e de drogas aos deputados antes de entrarem no hemiciclo, e da divulgação pública dos resultados, para os portugueses saberem em que estado se encontram os pais da pátria quando fazem leis?
5. são a favor do mesmo relativamente aos juízes, médicos, pilotos de avião (entre outras profissões...) e da divulgação pública dos resultados?
6. porque razão o BE não sugeriu que o barco do aborto seguisse rumo a Marrocos, Líbia, Irão, etc...?
7. o BE defende os mesmos direitos para as mulheres independentemente da sua cultura?
8. como é que é que o BE se propõe a que seja garantida a frequência da escolaridade obrigatória aos meninos e, especialmente, às meninas ciganas?
9. o quer é que o BE entende que deve ser feito a um desempregado que não aceita um emprego?
10. como é que o BE se propõe a controlar a nossa ZEE?
Cada uma destas perguntas, e respostas, daria pano para mangas com um jornalista decente...

CTA

Provocação 'aka' Menina Ção disse...

Tenho a sensação que está na moda ser do Bloco de Esquerda, estarei muito enganada???

DL disse...

@ CTA

Eu não diria melhor :) Subescrevo o que disse.

@ Provocação

Não está enganada. É uma moda perigosa.

Duarte Sousa disse...

Levy,



O Bloco de Esquerda ganha votos entre a juventude porque acompanha em certa medida a mudanças de valores que acompanha o rejuvenescimento da população, ao contrário de outros partidos políticos, que parecem ter ficado presos ao passado. Eu sou social-democrata, mas vejo (infelizmente) o PSD como um partido desgastado e corrompido e que em determinadas matérias, como sendo a questão de legalização e regulação do comércio de drogas leves, da prostituição, da eutanásia ou do aborto tem vindo a actuar como um coro da Igreja Católica.

Também me parece incorrecto desprezar a nacionalização de empresas sem ter em conta a forma como estas são, ou têm sido, operadas pelos agentes privados. A política económica deve ser flexível. Se o Estado é o agente mais indicado para controlar uma dada empresa ou sector, na medida em que se pretende também garantir o bem-estar económico da sociedade, então que seja o Estado assumir essa função. Se não for, então ela deverá caber aos privados (embora a experiência me leve a dizer que para esse efeito é normalmente preciso uma forte regulação estatal).

Considero por isso cada vez mais urgente a criação de um partido político português que defenda a social-democracia, progressista e secular (como existe em países como a Holanda, França, Canadá, Dinamarca, Noruega, Suécia e Finlândia), actuando assim como uma alternativa à ideologia política dos actuais partidos, que na minha percepção continuam a deixar-se assombrar por dogmas do passado.



Ass: Duarte Sousa

DL disse...

@ Duarte Sousa

Essa juventude que apoia o BE por causa dessas questões que aponta, não tem consciência do resto. Não é preciso votar no BE para se ser liberal nos costumes.

Não me parece que o BE queria nacionalizar apenas "um sector ou outro". Isso seria o início. Depois seria uma segunda Venezuela.

Concordo com a urgência que apontou. Mas o BE não é social democrata, apesar de alguns militantes o afirmarem.

Anónimo disse...

«Não é preciso votar no BE para se ser liberal nos costumes.»


Claro que não. E longe de mim votar no BE. Apenas queria expor alguns dos factores que levam as camadas mais jovens a tomar essa opção. Acho que é algo a que o PSD devia prestar atenção.




Ass: Duarte Sousa




PS: Parece-me haver aqui uma certa complicação em postar comentários (mesmo como anónimo). Veja lá se percebo problema.

DL disse...

@ Duarte Sousa

Tem havido problemas entre alguns blogues e o Internet Explorer 8. Não sei se será esse o seu browser...

Anónimo disse...

@ Levi


Hum...então talvez seja isso.