Nos dias de hoje, uma operação como a de Osirak é muito mais complicada, devido ao mediatismo que têm estas coisas. Mesmo Israel terá muita dificuldade em destruir as instalações nucleares iraquianas.
O ataque a Osirak, teve a participação directa de Ariel Sharon, e na altura não foi consensual internamente. Os trabalhistas, na altura na oposição, levantaram-lhe reservas.
Vista hoje, foi das decisões mais importantes e acertadas tomadas por um governo israelita.
Abraço.
Ps: não quero ser indiscreto, mas o que faz um português no Japão? :)
Obrigado pelo esclarecimento Levy. O caso de Osirak é realmente exemplar, mas está repleto de detalhes que tornariam uma acção destas inexequível na actualidade, é verdade.
De facto uma acção da envergadura da de Osirak, nos tempos que correm, seria essencialmente mais "escândalo" a vender pelos media deste Mundo. Em qualquer recurso e como já escrevi num outro blogue: "We're running out of options here..."
Quanto à pergunta relativa à minha condição de nacional de Portugal a residir em Kyushu, no Japão, estás à vontade para perguntar o que quer que seja. Estou casado há quase 3 anos com a minha esposa - de nacionalidade Japonesa. Não temos filhos - para já. Vivemos juntos cerca de 2 anos em Lisboa, e depois decidimos que era preferível ficarmos pelo Japão, onde eu estou há precisamente 1 ano. Quanto a actividades profissionais, a minha mulher é arquitecta de formação, mas trabalha actalmente na Perfeitura de Fukuoka, onde residimos; eu, da minha parte, estou a montar um projecto comercial de minha lavra com dois sócios, mas ainda com muitas arestas por limar. Do Japão, digo-te que é um bom país para onde ir viver, mas a língua é tramada - estudo Japonês há cerca de 5 anos e ainda me custa bastante articular umas quantas frases no quotidiano. Mas para já, voltar a Portugal: só para estar com Família e Amigos.
Ai está um percurso de vida interessante:) Calculo que o Japão seja um bom sitio para viver. Desejo que tudo lhe corra bem nesse longínquo e fascinante país! Só mais uma curiosidade: "NanBanJim" quer dizer o quê?
Como é que a opinião pública japonesa está a digerir a última brincadeira do "querido líder"?
"Bárbaro(s) do Sul" (Nan, Sul; Ban, bárbaro ou incivilizado; Jin, gente) - que é o termo pelo qual eram conhecidos os Portugueses no Japão, sobretudo em Kyushu (no Sudoeste) dos Séculos XVI a XVII (1543 - 1637), que, como saberás foram os primeiros Europeus a fixarem-se no Japão, a introduzirem as armas de fogo (arcabuzes de Gôa), o pão, uma visão completa do globo terrestre, e o malfadado proselitismo cristão e a acabarem sendo expulsos em massa por questões político-religiosas.
A expressão "NanBan" curiosamente ainda sobrevive num certo número de "assets" culturais japoneses, designadamente na culinária e em especial aqui no Sul, em Kyushu: "NanBan Teishoku" (uma espécie refeição completa à base de escalopes panados de frango com arroz e legumes, muito popular no quotidiano japonês), "NanBan Kamo" (pato NanBan), "NanBan Okashi" (doçaria NanBan); mas também noutras coisas como peças de vestuário tradicionais e um certo estilo tradicional muito apreciado de porcenalas e mobiliário, que suponho terão sido influenciados pela presença portuguesa nas colónias de Nagasaki e Hirado.
É um termo com uma certa carga pejurativa - admitidamente -, mas do qual eu gosto muito por lhe achar muita piada, e por isso "usurpei o título" - já que tanto quanto até agora pude constatar só há dois portuguese a residir em Kyushu (um deles sou eu e o outro está agora de partida em definitivo para Portugal).
É um tema que espero puder desenvolver com mais tempo no meu blogue.
Ah! sobre a opinião pública japonesa acerca dos vizinhos: há sempre um ligeiro frenesim à volta do assunto como deves calcular, mas em geral o homem comum encolhe os ombros - tem mais com que se entreter.
A verdade é que toda a gente sabe que DPRK é basicamente, do ponto de vista militar, uma reminiscência do que a U.R.S.S. foi antes dela, ou seja citando uma personagem daquele filme sobre a C.I.A., "The Good Shepherd": "It's not a threat, it has never been a threat, it will never be a threat: it's all rust and paint..."
Um missil é capaz de acomodar uma bomba nuclear, sim senhor, e fazer tremer o mundo, mas primeiro é preciso que funcione de facto (os que eles têm lançado têm sido todos um redondo fracasso), mas de resto... o quê?... tanques soviéticos dos anos 70/80?, Yllyushins a cair de podres, um milhão e meio de soldadinhos alimentados sabe-se lá como e a quê? Acho que já todos vimos este filme em qualquer lado...e sabemos como acaba.
Sim, duvido que um país, que do espaço é uma imensa mancha escura, seja capaz de produzir um bomba atómica competente. Felizmente que não é. Já pensei, se a Coreia do Norte não estará a tentar provocar um conflito militar, para poder ser invadida, alimentada e reconstruída.
8 comentários:
A DPRK está de facto a precisar de levar uma surpresa no exemplar estilo de Israel, como o Saddam levou em Osirak em 1981:
http://en.wikipedia.org/wiki/Operation_Opera
NBJ, Japão
NBJ :)
Julgo que já será tarde de mais.
Nos dias de hoje, uma operação como a de Osirak é muito mais complicada, devido ao mediatismo que têm estas coisas.
Mesmo Israel terá muita dificuldade em destruir as instalações nucleares iraquianas.
O ataque a Osirak, teve a participação directa de Ariel Sharon, e na altura não foi consensual internamente. Os trabalhistas, na altura na oposição, levantaram-lhe reservas.
Vista hoje, foi das decisões mais importantes e acertadas tomadas por um governo israelita.
Abraço.
Ps: não quero ser indiscreto, mas o que faz um português no Japão? :)
Obrigado pelo esclarecimento Levy.
O caso de Osirak é realmente exemplar, mas está repleto de detalhes que tornariam uma acção destas inexequível na actualidade, é verdade.
De facto uma acção da envergadura da de Osirak, nos tempos que correm, seria essencialmente mais "escândalo" a vender pelos media deste Mundo.
Em qualquer recurso e como já escrevi num outro blogue: "We're running out of options here..."
Quanto à pergunta relativa à minha condição de nacional de Portugal a residir em Kyushu, no Japão, estás à vontade para perguntar o que quer que seja.
Estou casado há quase 3 anos com a minha esposa - de nacionalidade Japonesa. Não temos filhos - para já.
Vivemos juntos cerca de 2 anos em Lisboa, e depois decidimos que era preferível ficarmos pelo Japão, onde eu estou há precisamente 1 ano.
Quanto a actividades profissionais, a minha mulher é arquitecta de formação, mas trabalha actalmente na Perfeitura de Fukuoka, onde residimos; eu, da minha parte, estou a montar um projecto comercial de minha lavra com dois sócios, mas ainda com muitas arestas por limar.
Do Japão, digo-te que é um bom país para onde ir viver, mas a língua é tramada - estudo Japonês há cerca de 5 anos e ainda me custa bastante articular umas quantas frases no quotidiano.
Mas para já, voltar a Portugal: só para estar com Família e Amigos.
Obrigado pela simpatia.
L.F. AFONSO, NanBanJin, Kyushu, Japão.
Afonso,
Ai está um percurso de vida interessante:)
Calculo que o Japão seja um bom sitio para viver. Desejo que tudo lhe corra bem nesse longínquo e fascinante país!
Só mais uma curiosidade: "NanBanJim" quer dizer o quê?
Como é que a opinião pública japonesa está a digerir a última brincadeira do "querido líder"?
"Bárbaro(s) do Sul" (Nan, Sul; Ban, bárbaro ou incivilizado; Jin, gente) - que é o termo pelo qual eram conhecidos os Portugueses no Japão, sobretudo em Kyushu (no Sudoeste) dos Séculos XVI a XVII (1543 - 1637), que, como saberás foram os primeiros Europeus a fixarem-se no Japão, a introduzirem as armas de fogo (arcabuzes de Gôa), o pão, uma visão completa do globo terrestre, e o malfadado proselitismo cristão e a acabarem sendo expulsos em massa por questões político-religiosas.
A expressão "NanBan" curiosamente ainda sobrevive num certo número de "assets" culturais japoneses, designadamente na culinária e em especial aqui no Sul, em Kyushu: "NanBan Teishoku" (uma espécie refeição completa à base de escalopes panados de frango com arroz e legumes, muito popular no quotidiano japonês), "NanBan Kamo" (pato NanBan), "NanBan Okashi" (doçaria NanBan); mas também noutras coisas como peças de vestuário tradicionais e um certo estilo tradicional muito apreciado de porcenalas e mobiliário, que suponho terão sido influenciados pela presença portuguesa nas colónias de Nagasaki e Hirado.
É um termo com uma certa carga pejurativa - admitidamente -, mas do qual eu gosto muito por lhe achar muita piada, e por isso "usurpei o título" - já que tanto quanto até agora pude constatar só há dois portuguese a residir em Kyushu (um deles sou eu e o outro está agora de partida em definitivo para Portugal).
É um tema que espero puder desenvolver com mais tempo no meu blogue.
Obrigado pelo interesse!
L.F. AFONSO
@ Afonso
Obrigado pela explicação. Estou a ver que a nossa má fama já vem desde o sec XVI :)
Ah! sobre a opinião pública japonesa acerca dos vizinhos: há sempre um ligeiro frenesim à volta do assunto como deves calcular, mas em geral o homem comum encolhe os ombros - tem mais com que se entreter.
A verdade é que toda a gente sabe que DPRK é basicamente, do ponto de vista militar, uma reminiscência do que a U.R.S.S. foi antes dela, ou seja citando uma personagem daquele filme sobre a C.I.A., "The Good Shepherd": "It's not a threat, it has never been a threat, it will never be a threat: it's all rust and paint..."
Um missil é capaz de acomodar uma bomba nuclear, sim senhor, e fazer tremer o mundo, mas primeiro é preciso que funcione de facto (os que eles têm lançado têm sido todos um redondo fracasso), mas de resto... o quê?... tanques soviéticos dos anos 70/80?, Yllyushins a cair de podres, um milhão e meio de soldadinhos alimentados sabe-se lá como e a quê? Acho que já todos vimos este filme em qualquer lado...e sabemos como acaba.
Sim, duvido que um país, que do espaço é uma imensa mancha escura, seja capaz de produzir um bomba atómica competente. Felizmente que não é.
Já pensei, se a Coreia do Norte não estará a tentar provocar um conflito militar, para poder ser invadida, alimentada e reconstruída.
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